Os ministros entenderam que a o homem morreu em razão da inalação do produto. Segundo a defesa da família, trata-se da maior indenização individual já concedida a um trabalhador da indústria do amianto.Cabe recurso da decisão ao próprio TST ou ao Supremo Tribunal Federal (STF). o G1 procurou a empresa, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Yura Zoudine trabalhou em uma unidade da Eternit em Osasco, na grande São Paulo, por cerca de dois anos na década de 60. Ele atuava no controle da produção de materiais à base de amianto.
Somente em 2005 o engenheiro teve diagnosticado câncer nos pulmões. Ele morreu um mês depois de tomar conhecimento sobre a doença.A ação foi ajuizada em maio de 2007 e em setembro de 2008 a família obteve a primeira decisão favorável, de indenização de R$ 600 mil, concedida pela Justiça trabalhista em Osasco.
Em 2009, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região confirmou a decisão e manteve o valor de R$ 600 mil, mas a Eternit recorreu por entender que não causou o dano. A defesa também recorreu para ampliar o valor para R$ 1 milhão. Cinco anos depois, o TST julgou o caso e atendeu o pedido da defesa.
Maior indenização individual
Segundo o advogado que defende a família, Gustavo Ramos, do escritório A&R, a decisão do TST representa uma "compensação justa à família".
"Representa também uma sinalização clara para a Eternit no sentido de que se está observar a legislação de segurança do trabalho. E que se cogite seriamente o banimento do uso do amianto no país, uma vez que não existem níveis seguros de exposição", completou Ramos.
Gustavo Ramos lembrou que a decisão do TST pode influenciar no debate que o Supremo fará sobre se o produto deve ou não ser banido no país. Não há previsão de data para que o STF julgue o caso.
G1