Após pedido de vistas do desembargador Marcos Machado sobre o pedido de soltura do deputado estadual Mauro Savi (DEM), decisão foi adiada na tarde de quinta (24). Isso porque pediu vistas dos autos. Agora, o pedido só deve retornar para a pauta do Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) na segunda semana de junho.
O pedido já havia recebido 14 votos contrários à soltura do deputado estadual, conforme também votou o relator do processo, desembargador José Zuquim Nogueira. Dois desembargadores se manifestaram favoráveis ao acolhimento do recurso, impetrado pelo advogado Paulo Fabrinny Medeiros.
Savi está preso desde 9 de maio. O parlamentar é alvo da Operação Bônus, que foi deflagrada pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no mesmo dia em questão. Ele figura como um dos chefes do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que desviou R$ 30 milhões dos cofres do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) por meio de um contrato com a EIG Mercados.
O esquema está relacionado a valores que eram repassados pelas financeiras à EIG e que voltavam como propina a políticos e empresários. O dinheiro era então "lavado" pela empresa Santos Treinamento, que tinham uma parceria com a companhia. Além disso, o montante era lavado também por servidores públicos, parentes e amigos dos investigados.
Na sessão, a defesa sustentou que a prisão preventiva é uma medida “extrema” e “incabível”. No entanto, o relator manifestou que a prisão se faz necessária para a garantia da ordem pública.
A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) aponta que Savi recebia propinas milionárias por meio do empresário Claudemir Pereira, que é sócio da Santos Treinamento. Em 2014, o deputado teria exigido R$ 1 milhão dos sócios da EIG para aceitar o encerramento das negociações ilícitas.
Além de Mauro Savi, os deputados Eduardo Botelho (presidente da AL, PSB), Baiano Filho (PSDB), Wilson Santos (PSDB), Romoaldo Júnior (MDB), Zé Domingos (PSD) e Nininho (PSD), além do ex-deputado João Malheiros (PR) e outras 51 pessoas são réus na ação.
STJ nega pedido de anulação de acusação
Além do julgamento pelo TJMT, a defesa do deputado Mauro Savi também entrou com um pedido de anulação do inquérito da Operação Bereré. Mas a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Maria Thereza de Assis Moura negou o pedido, também no fim da tarde desta quinta-feira (25).
Assim, além de o STJ vaticinar a continuidade do inquérito, o TJMT dificilmente votará diferente no caso de um novo pedido de soltura, à parte os dois votos pela libertação e o pedido de vistas do desembargador Marcos Machado.