Economia

Três gráficos que mostram como o varejo saiu do “fundo do poço”

Os dados do varejo divulgados nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxeram otimismo aos mercados. O crescimento das vendas no mês de maio — embora esperado após uma queda histórica em abril diante da pandemia do novo coronavírus — ficou acima das expectativas de analistas.

Ao todo, o varejo cresceu 13,9% em maio (último período com dados disponíveis) na comparação com abril. O crescimento é o maior em um único mês desde o início da série histórica do IBGE, em 2000.

A projeção dos analistas ouvidos pela Reuters era de alta de somente 6% na comparação mensal, ou entre 0,9% e 11,6% da pesquisa do Estadão Broadcast.

Na comparação com 2019, maio terminou com queda de 7,2%, novamente menor do que a mais otimista das projeções dos analistas. A pesquisa da Reuters projetava queda de 12,1% sobre um ano antes e, do Estadão, entre 8,3% e 17,3%.

Os dados também vêm em linha com bons resultados de consumo divulgados no exterior para o mês de maio. A projeção de analistas, globalmente, é que a pior queda tenha de fato ficado para abril, embora novos acontecimentos possam impactar o cenário novamente — como uma alta de casos de coronavírus que leve a novos fechamentos do comércio, como já vem acontecendo em cidades no Sul do Brasil e nos Estados Unidos.

Com o otimismo dos investidores após os resultados do varejo, o dólar caía cerca de 0,8% às 14h10 e o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, subia 1,74%. Abaixo, a EXAME separou três gráficos que explicam os pontos mais importantes dos resultados do varejo no mês.

1. Recuperação em maio
Após as quedas bruscas em março e, sobretudo, em abril, o varejo voltou a crescer em maio, na comparação com o mês anterior, tanto em receita quanto em volume de vendas. A alta incluiu também o varejo ampliado, que leva em conta vendas de veículos, motocicletas, autopeças e material de construção.

2. Mas ainda atrás de 2019
A recuperação em maio é intensa na comparação com abril. Mas outros indicadores não deixam o mercado esquecer que o mundo e o Brasil passam pela maior crise em 100 anos. Se comparados os dados de maio ao mesmo período de 2019, a receita no varejo ainda segue no negativo, caindo 5,2%, embora seja uma queda menor que a de abril.

Para além da reabertura ou não das lojas físicas, o varejo também é impactado pela alta taxa de desemprego no Brasil, que vem subindo nos últimos meses. Em maio, o Brasil teve metade da população em idade para trabalhar sem ocupação, maior taxa da série histórica.

3. Setores que mais cresceram
Os setores que mais se recuperaram em maio foram também os que haviam sofrido mais no mês anterior, como vestuário/tecidos e móveis/eletrodomésticos. Esses setores também se beneficiaram do crescimento do comércio eletrônico, que quase dobrou de tamanho no Brasil durante a pandemia, na comparação com 2019.

Enquanto isso, setores com menor queda em abril e que vendem itens essenciais, como farmácias e supermercados, tiveram também um salto menor em maio.

Ainda assim, na comparação com 2019, quase todos os segmentos seguem castigados: o único que apresenta crescimento na comparação com 2019 é o de supermercados, alimentos e bebidas.

Redação

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