A Secretaria de Cultura de São Paulo procura patrocínios para contornar o contigenciamento de pouco mais de R$ 30 milhões no orçamento do Theatro Municipal. Segundo o titular da pasta, André Sturm, a Prefeitura também vai investir menos em atrações internacionais na tentativa de reduzir os custos de operação do teatro.
Ainda de acordo com Sturm, o congelamento da quantia, que equivale a 25% do orçamento anual aprovado pela Câmara, é "precaução" que a Secretaria da Fazenda toma para ver se a estimativa de receita do município se concretiza.
"É importante ressaltar que isso não implica em cortes [de funcionários]. É uma precaução feita sempre. A gente espera que a previsão orçamentária se mantenha, que a economia pelo menos se estabilize, para que a gente possa recuperar ao longo do ano esses 25%", afirmou.
Enquanto o valor não fica disponível, Sturm aposta em parcerias com o setor privado para oferecer uma programação "diversificada e rica" no teatro. "O prefeito é uma pessoa muito articulada com o mundo empresarial. Então, eu já estive em algumas empresas muito importantes, empresas grandes, que têm tradição de investimento em cultural e, com isto, a gente está buscando esses patrocínios", contou.
Segundo o secretário, empresas que tradicionalmente patrocinavam o Theatro Municipal decidiram romper as parcerias após a fundação se ver envolvida em um esquema de corrupção que desviou milhões dos cofres públicos. "Saíram por causa dessa situação, que não estava muito positiva do ponto de vista de imagem", avaliou.
Sturm mostrou otimismo com o firmamento de novos contratos. De acordo com ele, interessados não faltam e uma grande empresa, que preferiu não revelar o nome, inclusive já acertou um acordo: "Nós já conseguimos um pequeno valor de uma empresa importante. Outra empresa também está interessada no que a gente pode chamar de [patrocínio] master, uma coisa de vincular mesmo a empresa ao teatro. E a gente tem certeza que vai conseguir outras".
O secretário não informou como serão os moldes dos patrocínios, mas adiantou que eles não envolverão progapagandas nas partes externas do Theatro, já que ele é um patrimônio tombado. "Do lado de dentro é possível. Dependendo do valor do patrocínio, antes da sessão começar ter a projeção de um anúncio ou, de repente, ter um banner. Isso é absolutamente razoável".
"Nós estamos discutindo. É claro que vão haver contrapartidas, é normal. Quais exatamente vai depender dos valores que serão investidos e do interesse das empresas. Então, podem ser ingressos para espetáculos, acesso a pré-estreias, contrapartidas normais como em qualquer lugar", completou.
Ele também disse que o Theatro deve investir mais em atrações nacionais, que têm custos mais reduzidos. "A gente tem no Brasil artistas incríveis. A gente vai valorizar esses artistas e gastar menos dinheiro com passagem, com hotel, com alimentação de pessoas que vêm de fora para poder ter uma programação diversificada e rica", concluiu.
Fonte: G1