O ato Remove o Paes teve início na tarde de ontem e reuniu quase 200 pessoas de comunidades ameaçadas de remoção até as Olimpíadas de 2016. De acordo com dossiê elaborado pelo Comitê Popular da Copa e Olimpíadas, as remoções são justificadas pelos megaeventos nos quais o Rio de Janeiro está envolvido, mas muitos terrenos ainda não foram utilizados pela prefeitura – o que denuncia a prática das remoções como estratégia para atender aos interesses da especulação imobiliária.
O documento diz que Eduardo Paes é um dos prefeitos que mais removeram favelas na história do Rio de Janeiro. "Desde 2009, 19.220 famílias cariocas perderam suas casas – muitas vezes em troca de indenizações irrisórias ou com mudança de endereço para regiões a dezenas de quilômetros de distância do antigo local de moradia".
De acordo com a coordenadora do Movimento Nacional pela Moradia Popular (MNMP), Lourdes Lopes, a prefeitura promove as remoções sem se preocupar com as necessidades da população.
"A prefeitura acelerou o processo de expulsão dos locais mais valorizados da cidade, como a região do Porto Maravilha e em Jacarepaguá, que fica no traçado das competições de várias modalidades de jogos nas Olimpíadas de 2016. Essas pessoas estão sendo varridas do local e uma parte delas sendo levadas para regiões longe de toda a infraestrutura e com habitações precárias", denunciou.
Ao deixarem a Gávea Pequena, os manifestantes picharam o muro da residência oficial da prefeitura, com os dizeres Remove o Paes e SMH 171, em uma alusão à Secretaria Municipal de Habitação, encarregada do cadastramento das famílias de comunidades carentes para remoção, e ao Artigo 171 do Código Penal, que se refere ao estelionato.
Os manifestantes também deixaram no portão principal da residência uma cruz que carregaram durante o protesto e cartazes com os nomes de todas as comunidades que o prefeito Eduardo Paes já removeu.
Fonte: Agência Brasil
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