Cidades

Tenente Ledur presta depoimento na Delegacia de Homicídios; veja vídeo

Foto: Willian Matos

Com Jefferson Oliveira

Suspeita de ter aplicado treinamento forçado que teria resultado na morte do ex-aluno soldado do Corpo de Bombeiros Rodrigo Patrício Lima Claro, 21, em novembro passado, a tenente Izadora Ledur prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (16) na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá (MT).

Ela foi ouvida pela delegada Juliana Chiquito Palhares por mais de 3 horas e deixou o local sem falar com a imprensa, que a aguardava do lado de fora da DHPP.

O depoimento da tenete foi realizado um dia após o Inquérito Policial Militar (IPM) que investiga as causas da morte do aluno ser divulgado. 

O documento apontou que não há indícios de cometimento ou tentativa de homicídio por parte da tenente Izadora Ledur, instrutora responsável pelo treinamento. De responsabilidade do coronel Alessandro Borges Ferreira, o inquérito foi finalizado no dia 2 de fevereiro deste ano.

De acordo com o inquérito, o neurocirurgião que atendeu  a vítima na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), descartou qualquer possibilidade de o estado de saúde do ex-aluno estar relacionado a um possível afogamento que poderia ter acontecido.

"O sangramento cerebral começou possivelmente no momento em que o aluno Claro convulsionou , quando ainda estava na policlínica do Verdão. Assim não foi possível afirmar a existência do nexo de causalidade entre o exercício realizado na Lagoa Trevisan no dia 10/11/2016 e o sangramento cerebral", disse o médico, conforme o inquérito.

Ainda no inquérito aparece que o resultado do laudo pericial realizado pelo Instituto Médico Legal (IML), também apontou que a tenente não teve culpa ou participação na morte do ex-aluno.

"O Laudo Pericial nº 1.9067.1.2016.96558-01 (fl.559), de protocolo nº 97740/2016, traz a necropsia do aluno Rodrigo Patricio Lima Claro, concluindo que a morte ocorreu por hemorragia cerebral de causa natural (fl. 564). Assim, pelas provas colhidas nos exames periciais, não foi possível comprovar o nexo causal, entre a conduta da tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps na instrução do dia 10/11/2016 e o resultado morte do aluno a soldado Rodrigo Patricio Lima Claro no dia 15/11/2016 às 22 horas", diz techo do documento.

O inquérito ainda apontou que a tenente Ledur foi negligente ao não fazer a previsão de materiais de apoio à instrução e por ter liberado o ex-aluno para que fosse com meios próprios até a coordenação do curso, mesmo sabendo que ele sentia fortes dores de cabeça.

O caso

10 de novembro de 2016 e o cenário era a Lagoa Trevisan, em Cuiabá (MT). Alunos realizavam treinamento do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso. Tudo corria normalmente, até que um dos alunos sentiu-se mal e foi liberado do treino.

Era o jovem Rodrigo, que morreu após cinco dias internado no Hospital Jardim Cuiabá, na capital. Ele deu entrada no hospital com aneurisma cerebral após ter recebido uma série de afogamentos durante o curso, segundo a família.

O jovem já havia comunicado com sua mãe sobre a conduta da oficial com ele. Rodrigo afirmou  que ocorreram outros casos e que as sessões de afogamento eram comuns.

O ex-aluno afirma que foi afogado pela tenente e humilhado pela oficial durante a travessia na Lagoa Trevisan. Os alunos, antes de entrar na água, já tinham feito flexões, corridas e outras atividades físicas.

Veja o momento em que a tenete deixou a sede da DHPP, sem falar com a imprensa:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Sandra Carvalho

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