Cidades

Templo muçulmano é opção para o turismo religioso em Cuiabá

Com o pé direito e recitando a palavra “BismiLLah”, que significa “em nome de Allah”, entramos na Mesquita Mulçumana em Cuiabá, acompanhados do líder religioso do templo Sheik, Abdulssalam Almansori, para conhecer a beleza, a cultura e a fé de um povo, que ajudou na construção da sociedade cuiabana.

O pico de visitação turística da mesquita ocorreu durante a Copa de 2014, recebendo centenas de visitantes, em sua maioria, oriundos dos países que jogaram aqui.

Os primeiros registros da chegada de sírio-libaneses em Cuiabá se dão por volta de 1890. Já no censo de 1920, havia o registro de 91 cidadãos dessa origem em Cuiabá. Entretanto, o templo muçulmano passou a existir a partir do lançamento da pedra fundamental pela Sociedade Muçulmana, em 1976, com o apoio de 1.300 membros.

A inauguração da obra ocorreu 1978 com a participação de diversas autoridades, dentre elas 13 embaixadores de países árabes, o então governador do Estado, Garcia Neto, o ex-prefeito de Cuiabá, Rodrigues Palma, e ainda o arcebispo de Cuiabá Dom Orlando Chaves.

A mesquita no bairro Bandeirante se destaca pela arquitetura e chama atenção à distância, com a sua minarete (torre), vinda da Arábia Saudita, que pode ser vista em diferentes pontos da cidade. No seu interior, desenhos pintados à mão permeiam todo o seu em torno com as escrituras sagradas do Alcorão.

No chão, tapetes requintados dão conforto aos fiéis em suas orações. O local é aberto à visitação pública, porém é necessário seguir e respeitar as normas da cultura islâmica, como deixar os sapatos na entrada do templo. Além disso, mulheres receberão um véu para cobrir os cabelos e ombros. Também é necessário usar roupas abaixo dos joelhos para poder entrar no santuário. Para grupos, escolas e turistas que quiserem conhecer o lugar, as visitas são guiadas e deverão ser agendadas pelo telefone (65) 98416-7406 ou pela página www.facebook.com/IslamCuiaba.

Conforme o presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana (SBMC), Zeher Fares, atualmente a comunidade mulçumana em Cuiabá é composta por aproximadamente 200 famílias, entre descendentes de sírios, libaneses, senegaleses e nigerianos, além dos brasileiros que se tornaram muçulmanos. “Se reverteram, pois, nós acreditamos que todos os seres humanos já nascem muçulmanos porque, por exemplo, para os cristãos se tornarem católicos eles precisam ser batizados, nós não”, esclarece o presidente.

Construção

Ele ainda relata que seu pai chegou em Cuiabá em 1958 e foi um dos incentivadores para a construção da mesquita, como muitas outras famílias que começaram a vida aqui de forma humilde e hoje contribuem com seus impostos para ter uma Cuiabá próspera e com qualidade de vida para todos os cidadãos que aqui vivem. “Eu nasci aqui e fui criado no Líbano, minha esposa e meus filhos são cuiabanos e somos muito felizes aqui. Quando você tira seu sustento do lugar onde você mora, você automaticamente é daquele lugar. Você quer vê-lo bem, em paz e feliz. Eu tenho muito carinho por esse país e por essa cidade. Aqui temos liberdade religiosa e étnica, apesar dos problemas sociais. E aproveito para convidar as pessoas que queiram conhecer um pouco da nossa história a vir ao nosso templo”, concluiu Zeher.

Conhecendo as práticas e costumes

As práticas do Islã é baseada nos cinco pilares, que um muçulmano deve colocar em prática e tornar sua fé completa. São eles: Shahada, que é a declaração de fé, seguido do Salat, que são as orações diárias (cinco), depois o Zkat que é praticar a caridade aos mais necessitados, o quarto é o Saum o Jejum durante o Ramadan e o Haji que é a peregrinação para Makkah (Meca – cidade da Arábia Saudita). 

Normalmente, o local é aberto cinco vezes ao dia para a prática do “Salat”. Para os muçulmanos que seguem à risca os princípios do islamismo, devendo ser cumprido, ao amanhecer, ao meio dia, no meio e final da tarde e à noite, como forma de professar a fé em Allah e delinear o tom do dia. 

Como a mesquita é a casa sagrada dos muçulmanos, no qual eles recriam a presença divina na terra, é importante que o visitante ofereça à mesquita o mesmo nível de reverência que daria em qualquer outro lugar de adoração, mas adicione os comportamentos necessários e o estilo da roupa ao adentrar ao espaço.

Recomendações

Nunca vá sem permissão. Saiba que homens e mulheres oram separadamente, tanto em horários diferentes como em diferentes lugares na mesquita. Procure por entradas separadas para homens e mulheres. Entre na mesquita descalço. Pise primeiramente com o seu pé direito e recite a benção para Maomé

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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