BRASÍLIA – Prestes a completar sete meses na Presidência, sendo quatro meses efetivo no cargo, o presidente Michel Temer fará sua estreia no Nordeste nesta sexta-feira, 9, ainda com receio de manifestações e vaias, uma vez que a região é considerada um dos redutos petistas. Desde que assumiu, Temer já programou e cancelou pelo menos duas agendas na região.
Os compromissos desta sexta-feira foram estimulados por auxiliares com o argumento de que é preciso criar agendas positivas e “sair um pouco do gabinete”. Por isso, com a ajuda do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, na próxima semana Temer deve ir à Região Norte.
Na tentativa de esvaziar possíveis reações, a chefia de gabinete do Planalto segurou a divulgação da agenda oficial até a véspera da viagem. Pelo menos um auxiliar do presidente reconheceu que a iniciativa tinha como intenção privilegiar a imprensa regional que não necessitaria de grandes deslocamentos para realizar a cobertura e que pode focar mais no aspecto positivo da agenda, sem destacar, por exemplo, assuntos nacionais, como a crise política desta semana.
A estreia de Temer começará em Surubim (PE) para inspeção e atos de assinatura na Barragem de Jucazinho. Na sequência, visitará a estação de bombeamento do reservatório do Programa de Integração do Rio São Francisco. Nessa agenda, há inspeções previstas nas cidades de Salgueiro e Floresta, municípios pernambucanos que abrigam o reservatório. Com isso, Temer tenta neutralizar o movimento de Ciro Gomes e do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), contra o governo. Ambos organizam mobilização pela retomada das obras de transposição do rio para combater a seca.
Apesar disso, em Fortaleza, onde Temer estará à tarde, a escolha foi feita para evitar exposição a possíveis manifestantes. Na capital cearense, o presidente assina o decreto de regulamentação da Lei 13.340, referente a liquidação e renegociação de dívidas de crédito rural do Banco do Nordeste. O evento ocorrerá na sede do banco.
O deslocamento do presidente na capital deverá ser feito de helicóptero, justamente para evitar possíveis manifestações.
Fonte: Estadão