Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter sob análise da Corte as acusações contra Andrea Neves, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima.
Todos foram denunciados junto com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) com base na delação dos executivos da J&F.
Aécio Neves é acusado de corrupção passiva e obstrução de justiça no STF. A irmã dele, Andrea Neves, o primo Frederico Pacheco e o ex-assessor parlamentar Mendherson Lima respondem apenas por corrupção na mesma denúncia.
Em junho, o relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, fatiou o processo, para enviar à Justiça Federal em São Paulo as partes relativas aos familiares do senador, pelo fato de não possuírem o chamado foro privilegiado.
Responsável pela acusação, a Procuradoria Geral da República (PGR) recorreu e teve o pedido atendido pela maioria dos ministros da Primeira Turma do STF.
Votaram para manter a denúncia integralmente na Corte os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux.
Os quatro consideraram que o senador e os demais acusados estão imbricados num mesmo fato e, por isso, separar o processo poderia prejudicar o exame dos fatos pela Justiça.
Ficou vencido apenas Marco Aurélio, para quem prevalece a regra de manter no STF somente quem tem foro.
Denúncia
Segundo a denúncia, Aécio pediu e recebeu de Joesley Batista, um dos donos da JBS, propina de R$ 2 milhões. O valor foi solicitado por Andrea Neves para pagar advogado do senador, mas para a PGR, o dinheiro era uma contrapartida por favores do senador ao grupo J&F.
Frederico Pacheco e Mendherson Souza foram acusados por terem intermediado o recebimento dos valores, entre abril e maio deste ano, em quatro parcelas de R$ 500 mil em espécie.
A PGR diz que eles sabiam que o dinheiro era sujo, que acabou sendo depositado na conta de uma empresa do filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), aliado de Aécio.
Aécio também é acusado de obstrução de justiça, por supostamente embaraçar as investigações da Operação Lava Jato.