Outras 178 pessoas ficaram feridas, e 95 delas ainda estão no hospital. Entre os feridos, 36 estão em situação séria, incluindo 4 crianças.
Todos os feridos já foram identificados. Há pessoas de várias nacionalidades, segundo o governo regional.
O consulado-geral do Brasil em Madri afirma que não há relatos sobre vítimas brasileiras. Autoridades diplomáticas confirmaram a presença de americanos e ao menos um britânico entre os feridos. A imprensa local fala que uma mexicana estaria desaparecida.
O acidente ocorreu às 20h41 locais (16h41 de Brasília), segundo a empresa, em Angrois, na chegada a Santiago de Compostela, local famoso de peregrinação católica e mística. O trem fazia a ligação entre a capital espanhola, Madri, e a cidade de Ferrol, na Galícia.
A primeira hipótese é que o excesso de velocidade tenha sido a causa do acidente, e um dos pilotos vai ser colocado em investigação formal.
No trecho, em que havia uma curva acentuada, o limite de velocidade era de de 80 km/h. O "El País" publicou o que seria um trecho de conversa de um dos pilotos em que ele afirmava estar a 190 quilômetros por hora. O trem tinha dois condutores, e um deles está ferido e hospitalizado.
A composição "não teve nenhum problema de operação", disse o presidente da empresa responsável, a Renfe. "O trem passou por uma revisão naquela mesma manhã", disse Julio Gómez-Pomar Rodríguez á rádio privada Cope.
"Estes trens passam por uma revisão a cada 7.500 quilômetros, e outra a cada 50 mil quilômetros, e outra a cada 150 mil quilômetros, disse.
O secretário estadual de Transportes, Rafael Catalá, disse à rádio Cadena Ser que a tragédia parece estar ligada a uma "infração da velocidade". Mas ele frisou que é necessário aguardar a investigação judicial para confirmar isso.
Atentado descartado
A cena evoca lembranças do atentado islâmico de 2004 contra trens de Madri, que matou 191 pessoas, mas o delegado do Governo da Galícia Samuel Juárez descartou a hipótese de atentado.
"Foi um acidente. Não temos elemento algum que nos permita falar de outra coisa."
Logo após a divulgação das primeiras informações sobre o acidente, o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, expressou seu "afeto e solidariedade" às vítimas, em sua conta no Twitter.
Rajoy, que participou de uma reunião ministerial de emergência na quarta, viajoua para a região na manhã desta quinta e decretou três dias de luto oficial.
As imagens do local mostram vários vagões virados, sendo pelo menos um totalmente destruído.
Uma testemunha que estava no trem afirmou à rádio Cadena Ser que "parece que em uma curva o trem começou a descarrilar e os vagões ficaram uns sobre os outros".
Dezenas de ambulâncias levavam os feridos para hospitais da região. As autoridades lançaram um apelo para que as pessoas doem sangue para o atendimento aos feridos.
Muitos já atenderam ao pedido e foram ao Hospital Clínico de Santiago de Compostela. No Twitter, as mensagens pedindo doação de sangue em outras localidades da região se multiplicavam.
Francisco Otero, de 39 anos, contou à AFP que havia chegado ao local do acidente "um minuto depois".
"Estava assistindo à televisão na casa dos meus pais e ouvi um grande estrondo. Era como se tivesse acontecido um terremoto", contou.
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