O Sindicato dos Trabalhadores Técnicos e Administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (Sintuf-MT) acionou judicialmente a própria instituição em função dos cortes e reduções dos adicionais de insalubridade e periculosidade dos servidores do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM), em Cuiabá. A ação foi protocolada nesta segunda-feira (29). A UFMT, em nota, afirma que em cumprimento à demanda da Controladoria-Geral da União (CGU) está em processo de atualização dos laudos técnicos de insalubridade e periculosidade dos servidores dos Câmpus de Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Araguaia (unidades de Barra do Garças e Pontal do Araguaia) e do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM).
De acordo com os trabalhadores, a principal queixa se deve à falta de diálogo com a reitoria antes da medida entrar em vigor. A redução dos adicionais já foi aplicada para agosto, sendo que os trabalhadores descobriram a situação ao conferirem do holerite do referido mês. A coordenadora-geral do Sintuf no HUJM, Claudineia dos Santos, entende que a classe deveria participar das definições dos critérios a serem analisados para efetuar os cortes.
“É fundamental que sejam criadas comissões setoriais para participar dessa avaliação, bem como é necessário fazer análises incisivas destes laudos, onde cada profissional vai poder detalhar os processos envolvidos na rotina laboral. Manteremos o diálogo junto à administração para contornar a situação rapidamente e que nenhum trabalhador seja prejudicado”.
O fisioterapeuta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e neonatal do Hospital Julio Muller, Ricardo Lisita, criticou a arbitrariedade da decisão, classificada por ele como um “destrato” à categoria. Assim como outros profissionais intensivistas, ele também teve uma surpresa nada agradável ao consultar os vencimentos no fim do mês – com abatimento de 50% do adicional.
“Os servidores que não passaram por perícia no início do mês já tiveram os aditivos cortados sem ao menos saber as tarefas que eles executam no hospital. Muitos estão sujeitos à contaminação pelo coronavírus e outras doenças como turberculose. Isso não é grau máximo de risco? Depois de todo o enfrentamento à Covid, a sensação é de levar um golpe. Uma foiçada”.
Confira a nota da UFMT na íntegra:
Em cumprimento à demanda da Controladoria-Geral da União (CGU), a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está em processo de atualização dos laudos técnicos de insalubridade e periculosidade dos servidores dos Câmpus de Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Araguaia (unidades de Barra do Garças e Pontal do Araguaia) e do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM). A universidade garante o direito dos servidores de solicitar a reanálise do laudo, via processo Sistema Eletrônico de Informações (SEI), nos casos em que houver dúvidas quanto à atualização.