A Justiça Federal condenou o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral a mais 33 anos de prisão por crimes investigados no âmbito da operação Lava Jato. Cabral foi condenado por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, totalizando mais de US$ 85 milhões. A sentença, assinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, foi publicada na quarta-feira.
Na decisão, que também condena auxiliares e operadores financeiros de Cabral, o juiz Bretas assinala que, com a ajuda de doleiros, eles "constituíram, financiaram e integraram uma organização criminosa que tinha por finalidade a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, fraude às licitações e cartel em detrimento do estado do Rio de Janeiro”.
Quanto à participação de Cabral, Bretas salienta que ele foi o principal idealizador dos esquemas criminosos, tendo culpa maior do que os demais. O magistrado ressaltou no texto que o ex-governador foi o grande fiador das práticas corruptas imputadas. Que, em razão da autoridade conquistada pelos votos que lhe foram confiados, ofereceu vantagens em troca de dinheiro, razão pela qual a sua culpabilidade é maior do que a de um corrupto qualquer.
O juiz ainda reduziu parte da pena de Cabral pelo fato de ele ter entregue à Justiça patrimônio estimado em R$ 40 milhões, mas não reconheceu como atenuante a confissão do ex-governador.
Em nota, a defesa de Cabral afirmou que vai recorrer da decisão, por discordar da pena aplicada e entender que o ex-governador já foi condenado por fatos idênticos. A defesa destacou, ainda, que Sérgio Cabral mantém a disposição de colaborar com a Justiça.