De acordo com a Secretária Municipal de Saúde de Cuiabá, Elizeth Araújo, este assunto tem deixado à população bastante apreensiva, mas que a Vigilância em Saúde possui um plano de ação. “A Vigilância em Saúde da SMS tem um plano de ação em andamento desde o mês de fevereiro de 2017, de monitoramento dos locais que possuem condições ambientais favoráveis para a existência de macacos. A finalidade deste trabalho é identificar a morte desses animais, que pode indicar a possibilidade de circulação do vírus da febre amarela”, revela a secretária municipal de saúde, Elizeth Araújo.
A gestora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), Moema Blatt explica que, no momento em que é identificado um animal morto, imediatamente uma equipe da Unidade de Vigilância em Zoonoses juntamente com Vigilância Epidemiológica vai até o local, para fazer um trabalho de verificação da situação vacinal das pessoas da região. “Os macacos recolhidos são mandados para serem examinados em um laboratório no Pará, mas mesmo antes de recebermos os resultados fazemos um trabalho de orientação para que as pessoas busquem a unidade de saúde de sua abrangência para que regularizem o seu cartão de vacinas”.
A gestora destaca que mesmo com o surgimento de animais doentes, a população não precisa ficar receosa, porque grande parte da população do estado já foi vacinada. “Uma única dose da vacina, seja em qualquer momento da vida, já é suficiente para ficar imunizado contra a febre amarela sem necessidade de reforço. Como faz parte do calendário vacinal da criança, e por estarmos em área de risco, há muitos anos a vacina da febre amarela faz parte do cotidiano dos cuiabanos”, ressalta.
O desconhecimento sobre a doença pode levar algumas pessoas a achar que os macacos são os responsáveis pela sua transmissão, por isso Moema Blatt enfatiza a importância deles para a detecção do vírus. “A febre amarela é transmitida por mosquito infectado e não pelo macaco. Ele é tão vítima da doença como o homem. Portanto não maltrate ou mate os macacos, pois eles ajudam a proteger a saúde humana”, comenta.
Vale ressaltar que o agente a ser combatido é o mosquito Aedes aegypti, vetor não apenas do vírus da febre amarela, mas também da dengue, da zika e da chicungunya. “É imprescindível que toda a população entenda que é preciso eliminar os criadouros do mosquito, que é o responsável pela transmissão em áreas urbanas. A orientação é sempre a mesma: manter quintais limpos, armazenar garrafas vazias e demais recipientes que possam acumular água sempre de ‘boca para baixo’ ou mantê-los devidamente protegidos com tampas, caixas d’água devidamente tampadas, vasos e os pratos de plantas com areia e realizar limpeza de calhas (se possível três vezes ao ano) e piscinas vazias ou cobertas por lonas”, diz Moema.