Cidades

Secretaria de Saúde lança campanha Setembro Verde para captar doadores

O mês de setembro é dedicado à Campanha Nacional de Doação de Órgãos, e a cor verde é uma referência ao laço verde, símbolo mundial da doação de órgãos e tecidos para transplantes. Em Mato Grosso, a campanha é organizada pela Coordenadoria de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

De acordo com a coordenadora, Fabiana Regina de Souza Molina, a atividade específica desenvolvida pela SES/MT é a doação de córnea. Para esse serviço existe um banco de tecido ocular habilitado em Cuiabá, como unidade responsável pela captação do tecido, exames e preservação.

A Coordenadoria de Transplantes da SES/MT é a responsável por organizar e coordenar todos os assuntos relacionados com a notificação dos potenciais doadores, a captação e alocação dos órgãos e tecidos doados e a realização dos transplantes.

“Realizamos o monitoramento mediante um protocolo de morte encefálica e após o óbito solicitamos da família do paciente a autorização legal para a doação de órgãos. O paciente com diagnóstico de morte encefálica internado em hospital é doador em potencial. A família é informada da possibilidade de doação dos órgãos. Caso ela concorde, uma série de exames são feitos para confirmar a viabilidade da doação. A notificação da morte encefálica é obrigatória por lei”, explicou Fabiana Molina.

Molina explica ainda que a família do doador não tem despesa alguma com o procedimento da doação, que é custeado pelo SUS. No País, 89% dos transplantes de órgãos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – dado do Ministério da Saúde. Os órgãos do potencial doador serão transplantados nos pacientes inscritos na lista única, de acordo com a compatibilidade entre o doador e a pessoa que precisa do órgão.

Em Mato Grosso maior necessidade é por transplante de córneas e rim

O Estado dispõe de dois Centros Transplantadores de córnea: o Hospital de Olhos de Cuiabá e Instituto da Visão (Visionare); três Equipes Transplantadoras e um Banco de Tecidos Oculares.

No primeiro semestre de 2017 a Central de Transplante fez a captação de 29 doações de córneas de doadores do Estado e recebeu 69 córneas doadas por doadores de outros Estados; realizou 109 transplantes de córneas; e efetivou uma doação de múltiplos órgãos com a retirada de coração, rim e fígado.

No Estado, existem atualmente 224 receptores inscritos no Cadastro Técnico Único aguardando por transplante de córnea.

Segundo informou a coordenadora de transplantes, dentro do planejamento de expansão a SES/MT está em negociação com um estabelecimento com interesse em realizar Transplante Renal, cujo processo encontra-se em tramitação, sendo feito os ajustes necessários para credenciamento e posterior contratualização do serviço. “Enquanto esse processo não é concluído, os pacientes com indicação de transplante de rim são encaminhados para outros Estados, através do Programa de Tratamento Fora de Domicílio [TFD]”, salientou Molina.

A lista de receptores (pessoas que precisam de um órgão) é única por estado ou por região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e por órgãos de controle federais, impossibilitando que uma pessoa conste em mais de uma lista, ou que a ordem legal de atendimento não seja obedecida.

A inscrição na lista somente pode ser realizada por um médico com autorização vigente, concedida pelo SNT.

O transplante de órgãos é a única alternativa para muitos pacientes portadores de algumas doenças terminais. No Brasil existe uma enorme desproporção entre a demanda de órgãos para transplantes e o número de transplantes efetivados. De acordo com o Ministério da Saúde, os órgãos que podem ser doados e implantados individualmente são: coração, pulmão, rins, fígado, pâncreas e intestino. O transplante também pode ser multivisceral. Já os tecidos que podem ser doados são: córnea esclera, pele, ossos, cartilagens, tendões, meniscos, fáscia muscular, válvulas cardíacas, pericárdio e vasos.

Ainda é alta a rejeição à doação

De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2016 quase metade das famílias brasileiras rejeitou a doação de órgãos de um parente com diagnóstico de morte encefálica.

O SUS é considerado o maior serviço público de saúde do mundo em captação de órgãos e transplantes, no entanto a rejeição à doação de órgãos ainda é um fator preocupante.

O fato de muitas pessoas acreditarem em rumores de comercialização de órgãos contribui para a diminuição do número de doações, tirando a chance de sobrevivência de vários pacientes que aguardam em lista de espera. A família do doador não paga nada e tampouco recebe qualquer pagamento pela doação.  A doação é um ato humanitário, que pode beneficiar qualquer pessoa, sem distinção de sexo, credo, raça.

De acordo com a Revista Brasileira de Transplantes (RBT) no 1º semestre de 2017, os números de pessoas inscritas no Cadastro Técnico Único de Receptores que aguardam por um transplante são os seguintes:

Rim – 20.523

Córneas – 10.254

Fígado – 1.203

Pâncreas/Rins – 519

Coração – 260

O rim é o órgão com o maior índice de indicação ao transplante em decorrência de que cada vez mais a população está acometida por doenças como hipertensão e diabetes, que são as principais causa de falência renal.

Para diminuir essa rejeição, os Estados realizam anualmente a campanha nacional de doação de órgãos. O objetivo é despertar na população o sentimento de aceitação da doação, lembrando que doação é um ato de livre e espontânea vontade e de amor ao próximo.

Para aderir à campanha, empresas podem ajudar iluminando prédios, fachadas ou torres com a cor verde, aderindo à campanha “Brasil Verde”, deste ano.

Mais informação: Coordenadoria de Transplantes/SURCA/SES/MT – Rua Thogo da Silva Pereira, 63, Centro, Cuiabá. Fones: (65) 3324-0747/3623-9004 (atendimento 24 horas) ou 3623-9188. E-mail: contran@ses.mt.gov.br

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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