A visita do engenheiro que elaborou o relatório do Ministério Público, citado na matéria, aconteceu
em novembro do ano passado, antes das obras de recuperação serem realizadas, de acordo com a nota.
A Secopa garante ainda que após perícia no local atingido pelo incêndio, todos os reparos necessários foram realizados, seguidos de testes de carga concentrada e ensaios de resistência das estruturas e que as análises foram de responsabilidade de engenheiros especialistas em cálculo estrutural.
Os relatórios da empresa gerenciadora da obra da Arena Pantanal, Concremat Engenharia e Tecnologia S.A, entregues para a Secopa-‐MT, teriam garantido que não há dano na estrutura.
A Secopa-‐MT informou, por fim, que estão confirmados todos os eventos programados para a Arena Pantanal, incluindo os dois jogos já confirmados como testes para a FIFA: Mixto x Santos pela Copa do Brasil e Luverdense x Vasco da Gama, pelo Campeonato Brasileiro da Série B.
Leia a íntegra da reportagem da Reuters:
Estádio da Copa em Cuiabá pode ter sofrido danos estruturais
Um incêndio na Arena Pantanal, em Cuiabá, pode ter causado mais danos do que o anunciado anteriormente, de acordo com um relatório do promotor público local, obtido com exclusividade pela Reuters.
O relatório sobre o incêndio de outubro está levantando dúvidas sobre se o estádio estará pronto para a competição e por que os funcionários do governo insistiram em dizer que o incêndio foi sem importância.
Autoridades oficiais do estado que supervisionam a construção da ainda inacabada Arena Pantanal dizem há tempos que o incêndio de 25 de outubro não é um grande motivo de preocupação.
No entanto, o relatório de 18 páginas preparado em dezembro pelo Ministério Público do estado de Mato Grosso alertou que o incêndio causou "danos estruturais" que "poderiam comprometer a estabilidade global da construção".
"Ressalta-se que, a perda de resistência destes elementos podem comprometer a estabilidade global desta construção", diz um trecho do relatório obtido pela Reuters.
"Recomenda-se, fortemente, que seja verificada, por meio de ensaios, os reais danos sofridos pela estrutura", prossegue. O "concreto foi completamente desfragmentado", diz o texto.
O relatório foi entregue em dezembro para a agência estatal que supervisiona a construção do estádio a Secretária Extraordinária da Copa do Mundo de 2014, ou Secopa.
Os promotores permitiram que a Reuters tivesse acesso ao documento, cujo conteúdo não foi previamente divulgado ao público.
Não está claro se os danos descritos no relatório já foram corrigidos.
Os promotores pretendem realizar uma inspeção de acompanhamento do local atingido pelo fogo na próxima quinta-feira, e disseram que esperam que a divulgação do conteúdo do relatório leve as autoridades locais a serem mais cooperativas e transparentes do que têm sido até agora.
Funcionários do governo de Mato Grosso continuam dizendo que o incêndio não causou danos estruturais.
"Tem sido impossível obter boas informações até agora", disse Clóvis de Almeida, promotor do Ministério Público. "Vamos garantir que nenhum jogo aconteça (no estádio) até que a segurança esteja completamente garantida."
Almeida faz parte de uma unidade especial de promotores encarregada de monitorar as ações do governo do estado enquanto ele se prepara para a Copa do Mundo.
A FIFA, organizadora da Copa do Mundo, disse que "não tinha conhecimento" de qualquer dano estrutural causado pelo fogo, embora tenha dito que suas próprias inspeções recentes não indicaram grandes consequências.
A FIFA vai "verificar novamente" a obra com base nas alegações feitas no relatório, disse à Reuters por telefone, no sábado, a porta-voz, baseada em Zurique, Delia Fischer.
O Ministério Público Federal de Mato Grosso anunciou na quinta-feira que está abrindo sua própria investigação sobre o incêndio, baseado no relatório do órgão estatal.