Após as conversas relacionadas à sua pré-candidatura ao governo do Estado, Dilceu Rossato (PSL) confirmou a desistência das eleições. Isso porque ele teria feito um acordo com o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde Otaviano Pivetta (PDT) de respeitar pesquisas e deixar apenas um representante do norte do Estado na disputa. Ainda, o agricultor criticou o presidente do partido em Mato Grosso, deputado federal Victório Galli, o qual, segundo ele, “age como se fosse dono do partido”.
Rossato não escondeu a decepção com Galli em entrevista à rádio Capital FM nesta sexta-feira (8). De acordo com o agricultor, um dos impasses sofridos no partido e que contribuiu para sua decisão é o fato de que Galli não estaria cumprindo o que é previamente combinado.
O agricultor garantiu que Galli tem feito “jogo duplo” com o partido, buscando outras candidaturas por fora. No final de semana, Galli e a pré-candidata ao Senado, Selma Arruda, foram clicados em reunião com o governador Pedro Taques (PSDB), na qual teriam discutido um possível apoio à reeleição deste. No entanto, o deputado federal negou a informação.
“É o sonho do Victório Galli que eu não seja candidato”, afirmou Rossato. Segundo ele, quando recebeu o convite do partido para concorrer ao governo, Galli ainda não estava no comando do partido e, ao assumir, “pelas portas do fundo, já era previsto que o Victório Galli não tinha nenhuma simpatia” quanto à sua candidatura, disse o agricultor.
“Como que o presidente de um partido fala num plano B? Se ele tem um plano B é porque não quer o plano A”, comentou. Para Rossato, a forma como Galli se posicionou o excluiu automaticamente do processo. Ele afirmou que o presidente do partido foi “infeliz” em seus últimos posicionamentos. Ainda, Rossato destacou que o deputado não cumpriu com a palavra dada a outros partidos, de que não iria conversar com Taques.
Diante da dificuldade interna, o agricultor garantiu que está deixando o processo e que a decisão é definitiva, mas que manterá apoio aos colegas do partido e alianças.
"Na segunda-feira (1º) eu decidi que estaria fora do processo e vou cuidar da minha vida. Desde o início das minhas entrevistas eu disse que era pré-candidato ao governo, não estava brigando por mais nada, não queria algo diferente. Dessa forma, eu saio pela porta da frente. Vou continuar apoiando os candidatos do meu partido, doutora Selma e outros deputados estaduais, mas vou me ausentar do processo. É uma pena porque nós já tínhamos caminhado com um início de plano de governo", lamentou Rossato.
Em entrevista nesta quinta-feira (7), o deputado Victório Galli garantiu que não há a possibilidade de o PSL apoiar a reeleição do governador Pedro Taques. Segundo ele, o encontro foi republicano. “Foram os outros partidos que provocaram o encontro com o governador. Foi ele quem nos convidou para conversar sobre política. E no PSL nós somos educados, somos elegantes”.
De acordo com o deputado, um dos motivos pelo qual o partido não concordaria com a aliança é a situação vivida na saúde do estado, a qual disse “não estar legal”. Apesar disso, o deputado ressaltou que a composição da vaga majoritária no estado será definida por Jair Bolsonaro.
Com a saída confirmada de Rossato, portanto, as chances de Selma Arruda disputar em chapa branca aumentam, uma vez que a ex-juíza já descartou aliança com inúmeros políticos.
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