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Roseli praticou pelo menos sete crimes na organização criminosa

A ex-primeira-dama de Mato Grosso, Roseli Barbosa, também firmou acordo de delação com o Ministério Público Federal (MPF). Em sua decisão de aceitar o acordo, o ministro do Supremo Tribunal Federa Luiz Fux leva em consideração o fato de Roseli ter participado de um esquema de lavagem de dinheiro na organização criminosa liderada por seu marido e então governador Silval Barbosa (PMDB).

Segundo o acordo de delação, há nos autos de procedimentos investigatórios elementos de prova acerca do envolvimento de Roseli Barbosa na prática de vários crimes a exemplo de extorsão, peculato, corrupção passiva, desobediência a decisão judicial,  lavagem de dinheiro,  organização criminosa e descumprimento da Lei das Licitações.

A Procuradoria-Geral do República (PGR) destaca a participação de Roseli de Fátima Meira Barbosa na organização criminosa em operações de “branqueamento de capitais” (lavagem de dinheiro) mediante movimentação financeira em conta bancária de terceiro (triangularização), com o depósito de vantagens indevidas recebidas com intuito de dissimular sua origem e promover sua reintrodução na economia formal.

“No período de 2010 a 2014, quando exerceu o cargo de Secretária de Estado de Trabalho e Assistência Social, Roseli de Fátima Meira Barbosa não apenas adquiriu conhecimentos de grande valia sobre a execução (modus operandi) dos delitos que praticou, mas também sobre os agentes públicos beneficiários e operadores financeiros dos delitos”, diz trecho do acordo.

O Ministério Público Federal (MPF) ainda levou em consideração a importância o acordo de delação premiada com Roseli Barbosa para o desmantelamento da organização criminosa e para o aprofundamento de investigações relativas a formas de dissimulação da origem de capitais ilícitos.

Também considerou o interesse público na efetividade da persecução criminal de outros agentes, na ampliação e aprofundamento das investigações de crimes contra a Administração Pública, contra o Sistema Financeiro Nacional, Lavagem de Dinheiro e crimes praticados por organizações criminosas, inclusive no que diz respeito à sua repercussão nas esferas cível, tributária, administrativa, disciplinar e de responsabilidade.

Por fim, o MPF leva em conta o interesse público residente na recuperação de vantagens econômicas ilícitas obtidas em detrimento dos cofres públicos e distribuídas entre diversos agentes públicos e particulares ainda não identificados.

Pelos delitos praticados, Roseli se comprometeu a devolver o montante de R$ 2,4 milhões a serem revertidos para o Estado de Mato Grosso. O valor é a junção de um terreno em Chapada dos Guimarães, avaliado em R$ 1,250 milhão, e um apartamento localizado no bairro Jardim das Américas em Cuiabá, no valor de R$ 1,202 milhão.

Benefícios da colaboração

No acordo da delação ex-secretária da Setas, Roseli recebeu o beneficio de ter a redução de 2/3 da pena por indicar outros integrantes do esquema, revelar a estrutura e a divisão de tarefas da organização criminosa, auxiliar na prevenção de infrações e recuperação dos bens ou recursos que lesaram o erário.

Enquanto o acordo de delação estiver em vigor, a mulher de Silval está proibida de ocupar cargo público na administração direta e indireta.

 

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Redação

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