Foto: reprodução
Por G1
O detento Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por estuprar pacientes, foi internado novamente na manhã desta quinta-feira (18) em Taubaté (SP) por causa de uma broncopneumonia – que é uma inflamação nos pulmões. Não há informação sobre o estado de saúde do médico.
Essa é a 2ª vez em cerca de um mês que Abdelmassih é internado por problemas de saúde. A última vez foi em 7 de abril por causa de problemas cardíacos, dos quais ele sofre desde 1984. Na ocasião, o preso foi flagrado dando entrada no Hospital Regional pela reportagem do Fantástico.
O detento, de 73 anos, foi ao hospital São Lucas, que atende pela rede particular em Taubaté, nesta manhã para fazer exames e retirar uma sonda. Ele foi à unidade particular por causa de um requerimento feito à Justiça pela defesa.
O procedimento era agendado e, conforme apurou o G1, ao chegar na unidade, os médicos perceberam que o paciente estava debilitado e decidiram interná-lo.
A assessoria de imprensa do Hospital São Lucas foi procurada, mas não retornou até a publicação desta reportagem. A Secretaria da Administração Penitenciária também não se manifestou sobre a internação do preso.
Indulto
Abdelmassih cumpre pena na Penitenciária 2, em Tremembé (SP), e passou recentemente por uma série de exames de saúde porque tenta obter um indulto humanitário.
O benefício pode ser concedido pela Justiça para presos que tem doença grave e permanente, que não pode ser tratada no presídio. Neste caso, o detento seria liberado para o tratamento em casa – o pedido está na Justiça e não tem prazo para ser julgado.
Histórico
Abdelmassih, que era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, foi condenado a 278 anos de reclusão em novembro de 2010. Foram considerados 48 ataques a 37 vítimas entre 1995 e 2008. Ele não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder solto.
O habeas corpus foi revogado pela Justiça em janeiro de 2011, quando ex-médico tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil. Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia.
Em 24 de maio de 2011, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) cassou o registro profissional de médico de Abdelmassih.
Após três anos foragido, quando chegou a ser considerado o criminoso mais procurado de São Paulo, Abdelmassih foi preso no Paraguai pela Polícia Federal (PF), em 19 de agosto de 2014. Em outubro daquele ano, a pena dele foi reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias, por decisão judicial. Entretanto, pela lei brasileira, nenhuma pessoa pode ficar presa por mais de 30 anos.
(*) Colaborou Luara Leimig