É o que avalia o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho no estado (Aprosoja), Carlos Fávaro. A unidade federada é segunda no país em número de confirmações da doença. São 88 oficialmente apontados pelo Consórcio Antiferrugem desenvolvido pela Embrapa em parceria com demais instituições. Na prática, os casos podem ser ainda maiores uma vez que nesta reta final dos trabalhos com a oleaginosa nem todos os produtores encaminham amostras para análises nos laboratórios credenciados.
Carlos Fávaro destaca que o produtor vinha de anos 'tranquilos' em relação à ferrugem asiática. "Ineficiência dos produtos não vimos. Foi talvez um relaxamento natural do produtor. Vimos de anos muito tranquilos de controle da ferrugem aisática e aí depois o clima este ano foi muito propício. Talvez o produtor estava mais relaxado quanto a suas aplicações, talvez esticando um pouco a carência", declarou o dirigente da Aprosoja.
Mato Grosso, que ainda no início deste ano concentrava a maior incidência de ferrugem nas lavouras, foi ultrapassado por Goiás, com 108. No entendimento do presidente da Aprosoja de Mato Grosso, Carlos Fávaro, o volume de chuvas do mês de janeiro também estimulou a disseminação da doença nas lavouras do estado.
"Choveu muito no mês de janeiro e aí depois que a ferrugem se instala certamente não há produto que dê conta. O trabalho tem que ser feito preventivamente", ponderou o dirigente.
Maior produtor brasileiro de soja, Mato Grosso deve colher nesta safra 2011/12 mais de 22 milhões de toneladas da oleaginosa segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume representa um incremento de 8% e 5,9%, respectivamente, na avaliação de ambos os representantes do governo.
A área destinada à cultura este ano também aumentou. Para a Conab, Mato Grosso registrou o maior incremento: ampliou em 531 mil hectares o tamanho da safra. Passou de 6,4 milhões de hectares para 6,93 milhões de hectares.
Produtividade
Os problemas associados à ferrugem e ao clima contribuíram para baixar a produtividade da soja nas lavouras mato-grossenses. Embora o percentual de baixa varie de instituição para instituição, somente o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), calcula uma baixa de 3,3% no volume de sacas colhidas por cada hectare na comparação com o ciclo 2010/11.
Em sua estimativa de safra divulgada nesta semana, o Imea aponta uma produtividade média de 3.174 quilos por hectare. Um ano antes, o número chegou a 3.208 kg/ha em Mato Grosso.
Autor: Leandro J. Nascimento
Fonte: Agrodebate