Sua assessoria de imprensa disse que o presidente já ordenou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas para cessar as hostilidades a partir do horário combinado.Representantes da Ucrânia, dos separatistas pró-Rússia, da Rússia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) começaram, nesta sexta, as conversas para tentar resolver o conflito no leste ucraniano. O encontro ocorre na capital da Bielorrússia, Minsk.
Serhiy Taruta, governador da autoproclamada "República Popular de Donetsk", região palco de confrontos entre os separatistas e o exército ucraniano, também confirmou a assinatura do acordo e disse que estava esperando mais detalhes.O escritório presidencial russo saúda a assinatura do protocolo em Minsk, disse o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, segundo a Interfax.O porta-voz também disse que Moscou espera que o acordo alcançado seja observado por todas as partes e que o processo de negociação continue até que a crise na Ucrânia seja totalmente resolvida.
De acordo com uma fonte próxima às conversas citada pela agência russa Interfax, foram acertados 14 pontos neste acordo.No entanto, um líder da auproclamada República Popular de Lugansk, Igor Plotnitsky, disse a jornalistas que o acordo acertado não muda a vontade dos rebeldes pró-Rússia de se separar de Kiev. "O cessar-fogo não significa o fim da nossa política de separação", afirmou.As negociações em torno de um plano de paz mais amplo devem continuar.
"Todos vieram pela paz. Essa é a coisa mais importante – chegar a uma trégua", disse o ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma logo antes da reuniao.Nesta quinta, Poroshenko disse que o plano deveria ser assinado nesta reunião. Um dos líderes disse à Reuters que separatistas pró-Rússia precisavam de "garantias adequadas" de que a Ucrânia vai honrar qualquer acordo de cessar-fogo.
Segundo a agencia, os líderes das autoproclamadas República Popular de Donetsk e Luhansk propõem a criação de uma "zona de segurança" em cinco partes que seriam monitoradas por 40 observadores da OSCE na Europa.Os rebeldes também permitiriam um corredor humanitário para refugiados e ajuda médica, como parte do plano de cessar-fogo, "a fim de estabilizar a situação e parar com o derramamento de sangue".
Em pronunciamento na televisão, o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseny Yatseniuk, defendeu que o plano de paz inclua três pontos principais: um cessar-fogo, a retirada de "forças russas, bandidos russos e terroristas" e a restauração da fronteira da Ucrânia com a Rússia.
Combates
Forças ucranianas e rebeldes pró-Rússia entraram em confronto nesta sexta, a leste do estratégico porto de Mariupol, horas antes dos representantes ucranianos e russos, conforme previsto, anunciarem um cessar-fogo como um primeiro passo para um plano de paz mais abrangente.Tiroteios voltaram a ser ouvidos também em Donetsk, o principal reduto dos rebeldes no leste da Ucrânia, perto do aeroporto da cidade, que permanece sob controle do governo.
A Ucrânia diz que suas forcas tentam repelir uma grande ofensiva dos rebeldes para tomar Mariupol, uma cidade portuária de cerca de 500 mil habitantes às margens do Mar de Azov, crucial por suas exportações de ferro. O porto fica quase a meio caminho entre a Rússia e região de Crimeia, anexada pelos russos.
"Nossa artilharia veio e está sendo mobilizada contra os rebeldes", disse o prefeito de Mariupol, Yuri Khotlubey, à TV ucraniana 112.O porta-voz dos militares ucranianos, Andriy Lysenko, disse nesta sexta que cerca de 2 mil militares russos foram mortos até agora no conflito no leste do país, citando dados da inteligência.
G1