Os consumidores deverão sentir no bolso o aumento dos preços dos combustíveis até o final desta semana, segundo afirmou nesta quarta-feira (30) o presidente do sindicato dos donos de postos de São Paulo (Sincopreto), José Alberto Gouveia. O repasse do reajuste autorizado na véspera pela Petrobras será de, no mínimo, R$ 0,17 por litro, de acordo com ele.
"O revendedor vai ter que repassar [o aumento] porque não tem gordura. Até sexta, com certeza. Não vai ter como segurar. Para o dono do posto, o aumento do custo do combustível vai ser de R$ 0,17 [por litro]. Se o dono não quiser aumentar mais, no mínimo vai ter que repassar o custo", afirmou Gouveia.
Nesta terça-feira, a petroleira anunciou reajustes nos preços de venda da gasolina e do diesel nas refinarias a partir da 0h desta quarta. O aumento para a gasolina é de 6% e para o diesel, de 4%.
O aumento vem em um momento de crise, em que a estatal tem de lidar com uma dívida crescente, com a queda dos preços do petróleo e com denúncias de corrupção.
Embora os preços internacionais tenham caído dramaticamente, o enfraquecimento de 35% do real contra o dólar neste ano significa que os preços na bomba no Brasil permanecem baixos, segundo a agência Reuters.
O aumento pode dar maior impulso à já elevada inflação do Brasil, que economistas do mercado financeiro preveem que atingirá 9,5% em 2015.
Aumentos anteriores
Em novembro de 2014, a Petrobras já havia aumentado o preço de venda nas refinarias da gasolina e do diesel, com altas de 3% e 5%, respectivamente. Em janeiro de 2015, a tributação incidente sobre a gasolina e o diesel também foi elevada, conforme o decreto presidencial 8.395, publicado no "Diário Oficial da União".
O aumento foi repassado ao consumidor pelos postos de gasolina. De acordo com o Fisco, o impacto do aumento seria de R$ 0,22 por litro para a gasolina e de R$ 0,15 para o diesel. Porém, o aumento variou em postos diferentes.
Em agosto, a Petrobras anunciou também aumento do preço do gás de cozinha – o gás liquefeito de petróleo para uso residencial, envasado em botijões de até 13 kg (GLP P-13). A alta média anunciada foi de 15%.
Fonte: G1