De acordo com a reportagem da "Folha de S. Paulo", o empréstimo do avião para viagem a João Pessoa foi acertado entre Vargas e Youssef por mensagem de celular no dia 2 de janeiro.
No requerimento enviado ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o líder do Psol diz que os fatos envolvendo o parlamentar do Paraná merecem detalhada apuração, em nome da transparência e da imagem pública do Parlamento.
Ivan Valente diz, no ofício, que cabe à Mesa Diretora pedir à corregedoria da Câmara a abertura de investigações, já que Vargas é vice-presidente da Casa.As ilações sobre vantagens indevidas e intermediações de interesses, que atingem sua excelência e vão além do âmbito pessoal, merecem resposta objetiva e institucional da Câmara dos Deputados, afirma o Psol.
Em discurso no plenário da Câmara, André Vargas admitiu nesta terça-feira (2) que cometeu um "equívoco" e foi "imprudente" ao viajar no avião providenciado por Youssef. "Claro que, com relação ao avião, eu reconheço, fui imprudente. Foi um equívoco, deveria ter evitado. Peço desculpas aqui e à minha família", afirmou aos deputados da Casa.
O vice-presidente da Câmara admitiu que usou o jato e disse que conhece Youssef há 20 anos. O doleiro é apontado pela PF como um dos líderes de um esquema de lavagem de dinheiro desmontado na Operação Lava Jato.
"No final do ano passado, me fiando nessa relação de mais de 20 anos, procurei Alberto Youssef, porque ele havia sido dono de um hangar, para que viabilizasse uma aeronave para minha viagem de início de ano. No dia 3 de janeiro viajei e no dia 15 voltei com a minha família", relatou.
O deputado admitiu ainda que não pagou os custos do traslado, ao contrário do que havia dito antes ao jornal, dizendo ter bancado o combustível. "Quando eu o procurei para viabilizar o pagamento do combustível, não encontrei meios, porque eu não sabia que a aeronave tinha sido locada. Coisa que soube com mais detalhes agora em função da ampla divulgação na mídia", disse.
Vargas afirmou também que não tinha conhecimento do motivo pelo qual o doleiro estava sendo investigado pela Polícia Federal. "Conheço Youssef há 20 anos. Ele é hoje proprietário do maior hotel da minha cidade. Conheço o processo pelo qual passou e em que se transformou em testemunha da PF em processos por lavagem de dinheiro. Não conhecia o motivo pelo qual ele estava sendo investigado", disse.
G1