Milhares de norte-americanos foram às ruas na noite de ontem (13) em manifestações em defesa da igualdade racial e contra o racismo. Moradores de Atlanta, Nova York, Boston, São Francisco e de Washington realizaram os protestos. Crianças, jovens e adultos, negros e brancos, participaram dos eventos motivados pela morte de afro-americanos por policiais, no estado de Missouri e em Nova York.
Em Nova York, onde mais de 30 mil pessoas foram às ruas, de acordo com as organizações que promoveram o protesto, a marcha foi chamada de Milhões Marcham em NYC e percorreu parte da zona sul da Ilha de Manhattan até chegar à sede da polícia na cidade. Com o protesto, organizado pelas redes sociais, a população pediu uma resposta contundente por parte do Estado e a punição dos envolvidos no assassinato dos afro-americanos.
Nas marchas, os manifestantes levavam cartazes com frases “Nenhum mais” e “As vidas dos negros importam”.
Dois casos emblemáticos vêm motivando os protestos nos Estados Unidos. O primeiro deles é uma decisão da Justiça, proferida no começo deste mês, de não “imputar crime” ao policial acusado de assassinar, em agosto, em Fergunson (Missouri), o jovem afro-americano Michael Brown. O segundo diz respeito à morte do afro-americano Eric Garner, assassinado em julho, em Nova York. Vídeos mostraram policiais espancando o afro-americano de 43 anos que morreu estrangulado. No caso de Garner, a Justiça também não levou o julgamento adiante sob a alegação de que não havia provas contundentes contra os envolvidos.
Familiares e defensores de direitos civis alegam que os dois estavam desarmados e que a ação da polícia foi violenta, motivada pelo racismo.
Após os episódios, o presidente Barack Obama tem repetido que é inadmissível que eventos como esses continuem ocorrendo. O discurso, entretanto, não agrada as entidades defensoras dos direitos civis e da luta pela igualdade racial nem analistas sociais do tema.
Para eles, a administração de Obama tem “discurso”, mas pouca ação efetiva na promoção da igualdade racial e da justiça para casos de abuso de autoridade cometidas contra pessoas afro-americanas.
Agência Brasil