Coluna Social

Projeto inédito no Brasil busca voluntários para testar tratamento domiciliar de depressão

O Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) procura voluntários para testar um novo método de tratamento de depressão.

A terapia, que será oferecida gratuitamente, combina estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) e atividades cognitivas e será aplicada na casa dos participantes, por meio de um aparelho conectado ao telefone celular.

Podem se inscrever no estudo pessoas de 18 a 59 anos de idade, com diagnóstico de depressão, por meio de um questionário disponibilizado pelo projeto na internet.

O estudo com a terapia remota é inédito no Brasil, e a técnica foi testada apenas em um estudo piloto, de pequena escala, no IPq. “A ETCC é um método aprovado recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e que ainda é pouco usada nos serviços de saúde”, explicam os pesquisadores. “Trata-se de uma modalidade indolor e não-invasiva de neuromodulação, na qual o participante fica sentado enquanto recebe a estimulação, que dura 20 minutos.”

Os psiquiatras explicam que a ETCC é uma técnica segura, indolor e eficaz para o tratamento da depressão, podendo ser combinada ou não com medicações antidepressivas. “O princípio básico de ação da ETCC é a aplicação de uma corrente elétrica de intensidade muito baixa, equivalente à corrente de uma pilha comum, através de áreas do cérebro que estão disfuncionais durante os episódios depressivos”, descrevem. “O procedimento não é invasivo e não requer anestesia. A ETCC, desta forma, modula positivamente o funcionamento de regiões cerebrais afetadas, podendo acarretar o alívio dos sintomas depressivos.”

Efeito antidepressivo

Segundo os pesquisadores, a principal inovação do estudo, em relação a outros estudos com ETCC realizados pela equipe do IPq, é a possibilidade da realização concomitante de atividades cognitivas durante a sessão de ETCC, em ambiente domiciliar. “As duas modalidades simultâneas podem ter um efeito antidepressivo melhor do que cada uma isoladamente”, apontam. “Outro aspecto interessante do nosso estudo, em tempos de pandemia, é a possibilidade de deslocamento mínimo, com grande parte das avaliações e supervisão através de recursos de telemedicina.”

… que máximo, viva a tecnologia, viva os cientistas!

Redação

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