Produção de veículos no Brasil (Foto: REUTERS/Nigel Roddis)
A produção de veículos no Brasil cresceu 21,8% em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados divulgados pela associação de fabricantes (Anfavea) nesta terça-feira (6). Foi o melhor desempenho do ano e o maior volume mensal desde agosto do ano passado.
Foram montados no total 213.313 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, ante 175 mil em novembro de 2015. O volume é 22,4% superior ao verificado em outubro deste ano, com 174,2 mil.
No entanto, de janeiro a novembro, a produção nacional soma 1,95 milhão de unidades, o que representa queda de 14,6%, com relação aos 2,28 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
De acordo com Antonio Megale, presidente da Anfavea, a previsão de recuo de apenas 5,5% na produção para o ano não deve ser atingida.
"A diferença deve ficar entre 100 mil e 150 mil veículos a menos. Um fator muito grande veio de uma das associadas que teve problemas de produção", afirmou o executivo, sem citar o nome da Volkswagen, que ficou parada por cerca de 1 mês, em meio a problemas com fornecedores.
Licenciamentos
Com relação a vendas, novembro teve a melhor média diária do ano, de 8,9 mil emplacamentos, e chegou a 178,2 mil no total. O número é 12% maior que o registrado em outubro, mas segue 8,7% menor que o verificado no mesmo mês de 2015.
No acumulado do ano, a diferença agora é de -21,8%. "Começamos o ano com -38% e agora estamos com -21,8%, o que indica que vamos fechar o ano com a queda esperada de 19%", comentou Megale.
Exportações
Enquanto o mercado interno segue em baixa, a indústria tenta vender carros para fora do país. O mês passado registrou os melhores números de exportação desde agosto de 2013, com 57.142 unidades.
"Alguns países estão recebendo nossos produtos pela primeira vez, ainda em pequeno volume, mas mostra que os esforços de abertura de mercado estão funcionando", disse Megale.
Ele ressaltou que o número pode ser "distorcido" porque a Volkswagen retomou as vendas para o exterior, depois de problemas na produção.
Emprego
O setor segue encolhendo no nível de emprego. Nos últimos 12 meses, cerca de 8 mil funcionários saíram das empresas, seja por cortes ou planos de demissão voluntária.
Além disso, 7,7 mil trabalhadores estão atualmente com alguma restrição na jornada de trabalho, sendo 2,2 mil em suspensão de contratos (lay-off) e 5,2 mil no Plano de Proteção ao Emprego (PPE).
No entanto, Megale afirmou que "algumas empresas apresentaram número positivo, ou seja, contratações". "Outras fizeram ajustes, e o saldo de outubro para novembro foram cerca de 400 empregos a menos", completou.
Fonte: G1