Em vez de fazer uso da conversão de texto em voz, o aparelho de Sumit Dagar recorrerá a uma tecnologia muito mais complexa e abrangente: sob uma tela maleável ficará um circuito de pinos capazes de se elevar para dar forma ao conteúdo, seja ele texto ou imagens.
— Nós criamos o primeiro smartphone em Braille do mundo — disse Dagar em entrevista ao “Times of India”. — Trata-se, na verdade, mais de uma companhia do que um celular.
O circuito de pinos é feito de material com as chamadas ligas com memória de forma (Shape Memory Alloy), que dão às teclas a capacidade de “lembrar” sua forma original. Assim, depois de exibir determinado conteúdo, os pinos voltam ao seu lugar original.
Por isso, em vez de cores, os pixels da tela variam de acordo com a altura do relevo formado pelo pino. Com esse smartphone, deficientes visuais conseguem, por meio do tato, utilizar mapas, fotos e ler textos em linguagem Braille. O display é também sensível ao toque, permitindo que o usuário realize com facilidade tarefas como ligar para outros números e até jogar games.
Dagar diz esperar que sua invenção melhore a vida dos cegos na Índia, que tem a maior população de deficientes visuais do mundo, de 62,7 milhões, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os desenvolvedores esperam pôr o celular à venda no fim do ano por US$ 185 (R$ 370).
A ideia do aparelho rendeu a Dagar o prêmio de empreendedorismo da Rolex em 2012. O designer tornou-se associado da conferência TED depois de ter apresentado um protótipo no evento em 2011. O celular está sendo desenvolvido na Índia em parceria com o instituto IIT Delhi e sendo testado LV Prasad Eye Institute.
Fonte: O Globo