Cidades

Presidiário foge e relata extorsão na Cadeia Pública de Aripuanã

Na gravação, o detento diz que estava sendo beneficiado por um programa de redução de pena e que o permitia sair diariamente da cadeia para trabalhar junto com outros sete presidiários. Segundo Roni, parte do dinheiro que recebia pelo trabalho deveria ser entregue ao diretor do presídio. Caso contrário poderiam perder o direito de sair para trabalhar.

"Ele pede um valor alto e aí você paga o que pode. Tem que pagar, se não pagar, não sai. Como a gente é doido pra sair a gente paga, a família da gente paga. Ai ele fica o tempo todo me incomodando, extorquindo a família da gente, vira trabalho escravo", relata o foragido na gravação.

Roni disse que quer terminar de cumprir a pena, mas que fugiu por  medo das ameaças do diretor da cadeia. "Eu já estou perto de outro estado e pretendo me apresentar, mas preciso da proteção da Justiça".

Cumprindo pena há três ano, Roni já trabalhava fora do presídio há sete meses. Ao todo são 13 detentos gozando deste benefício, sendo que seis trabalham com Roni numa madeireira.

"Vários trabalham e outros são aposentados. Todos temos que dar parte do dinheiro para o diretor. Inclusive os aposentados que quando recebem são obrigados a dar a metade para o diretor. Se não ele tranca, tortura.

Ainda segundo o presidiário – que continua foragido – o dinheiro do salário do grupo beneficiado pelo programa é depositado na conta do diretor. "A gente tem como provar. Esse dinheiro é depositado na conta do Pinheiro para dar pra nós e até agora nada.

Temos o número da conta dele, trocaram o cheque, certeza absoluta, maior certeza do mundo. Ele disse que se a gente denunciasse ele iríamos morrer. Minha mãe sofre do coração e está com medo. Estou fugindo porque eu não quero pagar. Minha vida virou uma turbulência  e eu não sei o que eu faço".

A denúncia de extorsão chegou ao Ministério Público que denunciou nesta terça-feira (18) o diretor da Cadeia Pública de Aripuanã por ato de improbidade administrativa, com pedido de liminar, requerendo o afastamento do cargo. As denúncias envolvem  porte ilegal de arma de fogo, utilização de arma com registro de furto/roubo, suposto enriquecimento ilícito pela cobrança de dinheiro dos reeducandos.

Sandra Carvalho – Da Editoria

   

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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