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Por G1
Os s 25 contêineres de atendimento aos dependentes químicos da Praça Princesa Isabel começaram a ser implantados nesta segunda-feira (5), cinco dias depois do anúncio da Prefeitura de São Paulo. A instalação acontece no estacionamento da sede da Guarda Civil Metropolitana, na Rua General Couto de Magalhães.
Os contêineres seriam instalados na manhã de quarta-feira (31), mas os vizinhos se posicionaram contrários à ação por quererem que os usuários de drogas saiam da região. A Prefeitura chegou a escalar um comitê para dialogar com os vizinhos da região.
Segundo o secretário da Saúde, Wilson Pollara, os contêineres vieram da Fórmula 1 e são "muito confortáveis. "Nós temos também a nossa unidade, a nossa tenda, nós pusemos cortinas, um tablado, colchões. Nós não queremos que essas pessoas fiquem ao relento nesses dias como os de hoje", disse durante evento em hotel na Zona Sul.
Questionado sobre a mudança de local de instalação, Pollara disse que é necessário que a população compreenda a importância de ajudar os usuários de drogas.
"Estamos discutindo ainda com a população. A população não está entendendo. É obvio que a população rejeita muito esse tipo de pessoas. Achamos que a população não pode rejeitar, nós temos que acolhê-los, que ajuda-los. E não dizer ‘não pode ficar perto da minha casa’. É muito fácil você dizer não pode ficar perto da minha casa. Acho que nós temos que acolhê-los, todos nós. Se pudéssemos cada um levar um deles pra casa, nós resolveríamos o problema.
A Praça Princesa Isabel tem abrigado dependentes químicos oriundos da Cracolândia da Rua Helvétia desde a operação.
A proposta é a de que os contêineres sejam usados como unidades móveis com chuveiros, banheiros, refeitórios e dormitórios.
Para Felipe Sabará, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, o problema da Cracolândia não é só do estado e também da sociedade. "Os contêineres estão prontos, só falta o diálogo."
A decisão de levar para a o estacionamento da GCM não foi discutida com os comerciantes da região previamente. Muitos chegaram nesta segunda-feira para trabalhar e não sabiam o que eram os contêineres.
Surpresos com a “novidade”, um casal que vende capas para celulares e guarda-chuvas não gostou de saber e reclamaram da possível perda de clientes. Já um atendente de um hotel da região, que não quis se identificar, não achou ruim. Ele afirmou que a sede da GCM “vai impedir bagunça” e que “essas pessoas precisam de tratamento e tem que começar de alguma forma”.
Em nota, a Prefeitura confirma que as estruturas emergenciais para acolhimento temporário de dependentes químicos estão sendo instaladas.
Abordagens
Em nota, a Prefeitura afirmou que desde o dia 21 de maio cerca de 10.300 abordagens na região da Nova Luz. Deste total, houve 5.656 encaminhamentos para acolhimento nos equipamentos da rede assistencial, como o Complexo Prates e o Centro Temporário de Acolhimento (CTA), e 4.677 recusas de atendimento.
"Na última sexta-feira (2) foram 1.091 abordagens, com 469 acolhimentos e 622 recusas, no sábado (3) foram 468 abordagens, com 278 acolhimentos e 190 recusas, e no domingo (4) foram 418 abordagens, com 294 acolhimentos e 124 recusas."
Dentro do CAPS Redenção, unidade que começou a funcionar em 26 de maio, com dois psiquiatras de plantão, 66 pacientes foram atendidos entre a sexta-feira (2) e o domingo (4).