A confusão começou após pressão da Polícia Militar para que os integrantes da categoria os dois sentidos da rua, um integrante dos grevistas discutiu com um policial e os dois iniciaram uma briga. Outros representantes da categoria tentaram conter a confusão, sem sucesso. A PM usou spray de pimenta e mais de cinco bombas. A manifestação dispersou e a Pinheiro Machado foi liberada.
Encontro sem acordo
Segundo representantes do sindicato de funcionários, o diretor jurídico da empresa, Sérgio Pimentel, não apresentou proposta durante encontro. Os representantes foram recebidos, por volta das 15h20, pelo chefe de gabinete da Casa Civil, Cláudio Marques, em uma reunião no Palácio Guanabara, segundo a assessoria de imprensa do Estado.
Um encontro com o presidente da Cedae, Wagner Granja Victer, foi marcado para as 17h de segunda-feira (9). A categoria decidirá em uma assembleia na terça-feira (10) sobre a continuidade da greve. Após o encontro, os representantes relataram a reunião em um carro de som. Os ânimos se exaltaram e os trabalhadores vaiaram a falta de acordo.
Os funcionários se pela manhã no Largo do Machado, na Zona Sul, para a passeata em prol das reivindicações da categoria. Segundo Miguel Fernandes, engenheiro civil e representante do Sindicato de Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), os funcionários da companhia vão parar até meia-noite para chamar atenção das autoridades sobre questões como perda do poder de compra dos salários, ameaças de demissão, perspectiva nula de crescimento profissional e estagnação do plano de cargos e salários.
"Nosso objetivo não é fazer greve, nem prejudicar os serviços à população, mas sim chamar atenção para as nossas reivindicações. Nós vamos caminhar em protesto até o Palácio Guanabara e esperamos ser recebidos pelo governador para expor as nossas questões", disse ele.Durante o ato, membros dos cinco sindicatos presentes falavam em 80% de adesão dos trabalhadores da companhia na paralisação. De acordo com a carta aberta dos funcionários sobre as propostas, após sete rodadas de negociação, a diretoria da Cedae apresentou proposta de reajuste salarial abaixo da inflação do estado e muito aquém da proposta sindical. Ainda segundo a carta, a negociação foi travada pela empresa, que ainda tenta fazer com que os sindicatos aceitem a demissão de 600 funcionários.
"Eles propõe só um reajuste com base no INPC [índice nacional de preços ao consumidor] nacional, com anos de defasagem. No caso dos engenheiros, eles pagam abaixo do piso, mas colocam um adendo que torna o piso o nosso teto, de oito salários mínimos. Com a inflação, a defasagem dos salários dos últimos concursados chega a R$ 1 mil. E o clima está muito ruim na Cedae, porque quem vai contra essas medidas é coagido, de forma direta ou indireta", contou ele, que está há 3 anos na companhia.
Fernandes disse ainda que os serviços prestados à população não serão afetados, já que, a princípio, a paralisação dos servidores será de apenas 24 horas. Os membros da paralisação reivindicam também a distribuição de dividendos dos lucros da empresa com funcionários, unificação de contratos de trabalho, revisão dos demais benefícios sociais, como alimentação, auxílio creche e outros descongelamento de gratificações, além de novos concursos públicos.
G1