O vereador Júlio Pinheiro (PTB), atual presidente e reeleito para comandar a casa no próximo biênio (2015-2016), permanece no centro destes turbilhões, algumas vezes como ator principal, em outras como coadjuvante.
Júlio, que já foi acusado de agredir sua mulher em 2012, teve no último dia 25 de agosto o pedido de afastamento da presidência da Câmara, pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE-MT). Segundo ação que tramita na 9ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, o parlamentar, quando presidente da Casa de Leis, no fim de 2012, encaminhou para sanção do Executivo três projetos de lei que não foram apreciados pela Câmara, aprovando suplementação orçamentária no valor de R$ 360 milhões, em benefício da Prefeitura, que na época era comandada por Chico Galindo. O acontecido, na visão do MPE, se caracterizou como “traição ao sistema democrático e, evidentemente, aos administrados que elegeram os membros que compõem o Poder Legislativo".
Mesmo com o pedido de afastamento, Júlio Pinheiro foi reeleito presidente da Câmara para os próximos dois anos. Em sua chapa os vereadores Haroldo Kuzai (SD) – primeiro vice-presidente, Toninho de Souza (PSD) – segundo vice-presidente, Chico 2000 (PR) – primeiro secretário e Onofre Júnior (PSB) – segundo secretário, compõem a nova mesa diretora.
Com o apoio de 22 dos 25 vereadores, o petebista só não conseguiu convencer dois colegas parlamentares, Adilson Levante (PSB) e Faissal Kalil (PSB) que se abstiveram de seus votos alegando não terem sido chamados para as reuniões que definiram a eleição e por não concordarem com a gestão de Pinheiro.
Em seu discurso pós-eleição, Júlio posicionou a Câmara de Vereadores como vitima de um processo de perseguição: “Não vai ser diferente, a Câmara de Cuiabá é o primeiro órgão público que apanha. Acontece qualquer confusão, a primeira a apanhar é a Câmara. Mas não vou mudar minha atitude”, reclamou o reeleito garantindo a mesma postura que vem tendo em sua gestão.