O desembargador Orlando Perri determinou um novo mandado de prisão ao cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Correa Junior, na tarde desta quarta-feira (11), que já se encontra preso no Centro de Custódia da Capital pela mesma investigação dos grampos no Estado.
O requerimento solicitado pela delegada Ana Cristina Feldner incluía apreensão de eletrônicos que estivessem sob posse do militar para o uso em espionagem.
“Afora as interceptações clandestinas, que podem ter sido conservadas, há ainda o próprio Sistema Sentinela e as placas Wytron, que não foram apreendidas, podendo estar em qualquer lugar, principalmente na residência do investigado Cb. PM Gerson Correa”, justifica no pedido autorizado pelo desembargador.
Perri determinou buscas na residência do militar, localizada no bairro Metrópolis em Várzea Grande. Entre as apreensões estavam inclusos o recolhimento de documentos, aparelhos celulares, notebooks, HDs, pen drive, incluindo imagens do circuito interno de televisão e material de espionagem, como óculos, chaveiros, canetas e broches.
Prisão
Gerson foi preso no dia 23 de maio acusado de ser responsável por formalizar os pedidos, prorrogações e relatórios de inteligência dos grampos militares ilegais à Justiça.
Após passar pela audiência de custódia e por um exame de corpo de delito, ele foi encaminhado para a prisão do batalhão da Rotam, no bairro Dom Aquino, onde continua cumprindo a medida cautelar.
Em razão das denúncias de irregularidades, os magistrados sugeriram a transferência do cabo Gerson Correa para o unidade prisional de Santo Antônio de Leverger (34 km ao sul de Cuiabá).
De acordo com informações confirmadas pelo gabinete do desembargador Perri, o cabo Gerson será remanejado para o Centro de Custódia da Capital (CCC). No entanto, não foi definida a data da transferência do investigado.
Especialista em monitoramento
Durante a audiência de custódia, o cabo da PM, ao afirmar ser especialista na área de monitoramento, garantiu que não haveria nenhuma possibilidade de existir os serviços de interceptações na Polícia Militar e negou sua participação no suposto esquema.
“Nunca tive esse acesso, não existe que eu saiba, ali não é lugar de qualquer tipo de investigação. O que é propagado pela mídia são inverdades e muitas irresponsabilidades. Não existe guardião dentro da Casa Militar e nem dentro do Governo”, disse.
“Eu sou especialista, mexi doze anos com isso. Eu posso afirmar categoricamente não existe nenhum software de gravação ou de reprodução de mídia via interceptação telefônica ou outro meio ilícito para realizar grampos”, completou Gerson.
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