Cidades

Para evitar perda de clientes, bares e restaurantes represam aumento de preços

Donos de bares e restaurantes seguram reajustes dos principais insumos para evitar perda de clientes. Por meio de nota, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), destaca que o repasse parcial da inflação dos alimentos é um dos principais entraves do segmento mesmo com a recuperação do movimento nos estabelecimentos. Em dezembro último, a inflação da alimentação fora do lar ficou em 0,52%, abaixo do índice geral de 0,62%.

O cenário de pressão econômica sobre o caixa das empresas foi evidenciado pelo relatório que aponta a realidade financeira do setor. De acordo com os dados, mais da metade (55%) dos negócios estão operando com prejuízos ou, no máximo, em situação de equilíbrio.

O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, destaca que a estratégia de represar os aumentos nunca se manteve por tanto tempo. “Esse é um movimento histórico, se você pegar um espaço mais amplo, como os últimos dez anos. Parte é explicada pelo ganho de produtividade no setor, movimento acelerado pela pandemia, mas outra parte se deu pela falta de condições de aumentar o cardápio num ano de retomada”, comenta o representante.

“O fato é que, em termos relativos, diminui a distância entre o custo de se comer em casa do custo de se comer em bares e restaurantes”, complementa.

Além de não terem meios para ampliar o menu, boa parte do empresariado está tendo que “enxugar” a lista de opções em função da escalada dos preços. É o caso do empresária Rosangela Gonçalves, que atua com a venda de marmitas. Para ela, reorganizar as receitas diante da elevação dos produtos é essencial para obter margens de ganhos.

“Essa é uma prática corriqueira em função da escalada de valores, até porque é a única maneira para manter preços atrativos ao consumidor sem comprometer ainda mais o lucro”.
No setor de alimentação fora do lar, as refeições (5,86%) subiram bem menos que os lanches (10,67%) no acumulado do ano.

Nos últimos doze meses, a cebola e a batata inglesa dispararam de preços (130,1% e 51,9%, respectivamente). Itens como arroz, cenoura, presunto, leite longa vida, biscoito, pão de queijo e pão de forma também tiveram altas expressivas no período.

Em contrapartida, outros produtos sofreram deflação, como o feijão preto (-6,01%), a carne de porco (-0,25%) e o filé mignon (-10,72%). (Com informações da assessoria)

Redação

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