Cidades

Para evitar lei seca, bar do DF faz leva-e-traz de clientes

Triciclo de tuk-tuk usado para transportar clientes (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)

Temeroso de que o endurecimento da Lei Seca e a crise financeira afastassem clientes do bar do qual é dono em Brasília, o empresário Ailton Trisão decidiu adotar um meio de transporte incomum para levar para casa clientes depois da bebedeira: o tuk-tuk. Tristão estava no Peru, onde o triciclo é amplamente usado, quando teve a ideia.

"Estava indo para Machu Picchu, nas cidadezinhas pequenas, onde alugam os tuk-tuks para turistas. Vi o pessoal utilizando e comecei a pesquisar. Descobri então que existia uma fábrica desse veículo no Brasil. Comprei e mandaram para Brasília", conta ele, que diz ter comprado o triciclo por R$ 16 mil.

O serviço foi implementado no Bar Godofredo, na 408 Norte, há três meses. O empresário não cobra nada para levar, e até buscar, os clientes em casa. Basta telefonar para o estabelecimento e colocar o nome na lista. "Às vezes as pessoas já deixam agendado. Tenho clientes que vêm sempre aqui, indicam para amigos", diz.

O empresário diz que o tuk-tuk pode circular normalmente pela cidade, mas que optou por não trafegar nas vias de alta velocidade, como o Eixão. O transporte é feito pelas vias L2 e Eixo L e W, cuja velocidade máxima é 60 km/h. Ele tambémdecidiu fazer o leva-e-traz apenas na Asa Norte, para não deixar outros clientes esperando.

Tristão diz que fez questão de contratar um seguro, que custou R$ 2 mil. Segundo ele, foi o primeiro para um veículo do tipo. O triciclo motorizado é econômico e faz 30 quilômetros por litro de gasolina. Para conduzir o veículo, que tem capacidade máxima para três pessoas, é preciso de uma habilitação para moto.

O empresário estabeleceu algumas regras para fazer o transporte no tuk-tuk e diz que quando percebe que o passageiro passou da conta na bebida e pode causar transtornos, nega o transporte.

"O cliente, antes de utilizar o tuk-tuk, tem que assinar um termo, que é uma instrução. Não nos responsabilizamos também por objetos esquecidos, não pode ficar em pé, tem que usar cinto de segurança", diz.

"Tenho que instruir os clientes a usar porque é um veículo diferente. Imagina uma pessoa mais animada querendo pular. Tem que respeitar também a segurança do equipamento que está utilizando."

Selfie
Ailton diz que o condutor do tuk-tuk virou o "rei do selfie". "É o motorista que mais recebeu selfie que conheço. Todo mundo quer tirar selfie com ele, pede: 'tira uma foto comigo'", diverte-se. "Quando ele vai comprar pão, faz o maior sucesso."

Fonte: G1

Redação

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