Cidades

Operação ‘É tempo de pesca’ orienta população sobre regras

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) realizou entre os dias 1º e 04 de fevereiro a operação ‘É tempo de pesca’ em uma parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Públicas (Sesp), a Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e o Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA). 

Conforme o secretário André Baby, a proposta da mobilização que contou com oito embarcações vias rios da Baixada Cuiabana, 15 veículos das instituições envolvidas e um helicóptero Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). “Com o fim do período de piracema no dia 31 de janeiro, o Estado intensificou o trabalho de esclarecimento sobre as regras da pesca junto à população por meio de barreiras nas estradas e nos rios”.

Peixe fora da medida, quantidade ou transporte irregular, descarte inadequado e a falta de habilitação para embarcação são alguns exemplos de orientações feitas pelas equipes de fiscalização. “É nosso dever fazer o trabalho preventivo, mostrando o que é certo e errado, ou repressivo, aplicando o rigor da lei, com o objetivo principal de preservação do meio ambiente”, afirma o tenente coronel Rodrigo Eduardo Costa, comandante do BPMPA. 

Ao longo de todo domingo, encerramento da operação, o secretário da Sema e o comandante do Batalhão acompanharam as equipes por terra e pelo ar (no helicóptero) no trecho que saiu da Ponte Sérgio Motta, em Várzea Grande, passando por Santo Antônio do Leverger, onde havia barreiras físicas, até a Baía de Siá Mariana, em Barão de Melgaço. 

“Queremos mostrar que mesmo com a permissão da pesca, é preciso carteira de pescador (amador ou profissional), há apetrechos corretos e ainda uma série de regras que devem ser respeitadas”, acrescenta o secretário, que fez algumas abordagens a embarcações da região. 

Para o pescador amador, José Vengrus, 57 anos, que há oito anos mora em Cuiabá e não abre mão de ir até Barão de Melgaço passar o fim de semana com a família, ter consciência ambiental é fundamental. “Quero que meus filhos, netos e toda a futura geração também tenha essa mesma alegria que eu tenho hoje, além de pescar, de estar em um lugar tão bonito e preservado”.

A proprietária de uma pousada às margens do Rio Mutum, Alice Galvão, paulista de nascimento que trabalhou muitos anos em Cuiabá, mas que resolveu investir no seu sonho ao se aposentar: turismo. Com um espaço privilegiado pela beleza natural e diversidade de animais silvestres, entre eles, centenas de espécies de pássaros, ela explica que recebe em média 3,5 mil pessoas anualmente, 70% estrangeiros (Inglaterra, França e Alemanha). 

“Somos parceiros do Governo e por isso nos esforçamos para implantar os três pilares da sustentabilidade porque este lugar, além da nossa fonte de renda econômica, também é a concretização de algo que sempre quisemos fazer, é um sonho da família”. Alice abriu as portas da pousada para receber animais silvestres resgatados pelo Batalhão Ambiental e hoje há vários deles caminhando pelo espaço do quintal, como um tuiuiú, uma arara azul e papagaios. “Um dos papagaios vive nas árvores aqui do entorno e sempre me chama de vó”.

Regras da pesca

Mesmo com o fim do período de defeso da piracema, é importante estar atento para as regras, já que não são permitidos determinados apetrechos: tarrafa, rede, espinhel, cercado, covo, pari, fisga, gancho, garateia pelo processo de lambada, substâncias explosivas ou tóxicas, equipamento sonoro, elétrico ou luminoso. Entre as algumas das medidas mínimas dos peixes estão: piraputanga (30 cm), curimbatá e piavuçu (38 cm), pacu (45 cm), barbado (60 cm), cachara (80 cm), pintado (85 cm) e jaú (95 cm).

Onde não pode pescar

O Conselho Estadual da Pesca (Cepesca) informa que o período de defeso da piracema em Mato Grosso é diferente para 17 rios que fazem divisa com outros estados da federação e um país, entre eles, o Rio Araguaia, que pertence à Bacia Hidrográfica do Araguaia-Tocantins e faz divisa com MT e os estados de Tocantins e Goiás.

Também estão incluídos na lista os Rios Juruena, Teles Pires ou São Manuel, Capitão Cardoso, Tenente Marques, Iquê, Cabixi, Guaporé, Verde e Corixo Grande, que pertencem à Bacia Amazônica e divisa com os estados do Amazonas, Pará, Rondônia e a Bolívia. O mesmo para os Rios Paraguai, Itiquira, Piquiri, Correntes, do Peixe e Ribeirão Furna, da Bacia do Paraguai, que fazem divisa com Mato Grosso do Sul.

Para facilitar a compreensão, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) disponibilizamos um mapa (anexo) identificando os rios de divisa com MT e demais Estados da Federação e sua localização.

Balanço

Os dados parciais da Sema e do BPMA totalizam 5,1 toneladas de pescado apreendido entre 1º de outubro do ano passado e 20 de janeiro deste ano. Na campanha 2017/2018, as duas instituições já abordaram 16 mil pessoas, vistoriaram 7,4 mil veículos, 74 barcos e 42,5 mil iscas. Entre as apreensões estiveram: 50 animais silvestres, 35 apetrechos de pesca, 169 redes, 22 armas de fogo, 46 tarrafas, 438 munições, 86 espinheis, 69 molinetes, 114 redes, 22 varas de pesca e 15 remos.

Denúncias

O cidadão pode denunciar a pesca predatória e outros crimes ambientais à Ouvidoria Setorial da Sema: 0800-65-3838/ou via WhatsApp no (65) 99281-4144. Outros telefones para informações e denúncias: (65) 3613-7394 (Setor Pesca), nas unidades regionais da Sema ou aplicativo MT Cidadão.

 

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Cidades

Fifa confirma e Valcke não vem ao Brasil no dia 12

 Na visita, Valcke iria a três estádios da Copa: Arena Pernambuco, na segunda-feira, Estádio Nacional Mané Garrincha, na terça, e
Cidades

Brasileiros usam 15 bi de sacolas plásticas por ano

Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.