A senadora Marta Suplicy (PT-SP) afirmou à cúpula do PSB durante sua festa de 70 anos, na noite de sexta-feira, em São Paulo, que deixa "a critério" da sigla "a escolha de uma data" para o anúncio da sua filiação.
No luxuoso apartamento em que mora com o marido, Márcio Toledo, nos Jardins, área nobre da capital paulista, a senadora festejou com amigos do "lado de lá" do governo. Ela recebeu caciques do PMDB e do PSB. O único petista presente foi o senador Delcídio Amaral (MS).
O vice-presidente da República, Michel Temer, chegou acompanhado da mulher, Marcela, e logo encontrou o ex-presidente José Sarney, além do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. Toledo é filiado ao PMDB e colocou sua empresa de investimentos para tratar de cada detalhe da festa. Ele mesmo disparou telefonemas para os convidados, entre eles o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que declinou do convite. Os tucanos ainda hesitam em se aproximar da petista. Do lado de lá, compareceram o secretário de Habitação do Estado, Rodrigo Garcia (DEM), o presidente do PPS, Roberto Freire, e a ex-vereadora Soninha Francine.
Também estavam presentes na festa o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que deve decidir sobre o futuro do financiamento privado de campanhas, e o empresário Naji Nahas, envolvido em escândalos como a Operação Satiagraha. Tereza Collor, ex-cunhada do ex-presidente Fernando Collor e amiga de Marta, também compareceu, assim como Eleonora Mendes Caldeira e seu marido, o empresário Ivo Rosset, o advogado Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay, e a senadora Ana Amélia (PP-RS).
Além de Amaral, não havia na festa os antigos companheiros da senadora, como o ex-presidente Lula, o único do partido e do governo que tem escapado de suas ferozes críticas. Ali, a pessoa mais próxima da presidente Dilma Rousseff era o cabeleireiro Celso Kamura, que foi apresentado a Dilma pela própria senadora.
Cada vez mais longe do PT, Marta preferiu a alta cúpula do PSB para festejar o aniversário, como o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, e os senadores Fernando Bezerra, ex-ministro de Dilma, e Rodrigo Rollemberg. Na lista de ex-ministros ligados ao PT estava também Roberto Rodrigues.
Apesar de dizer que tinha uma agenda fora da capital, Alckmin tentou evitar algum constrangimento, segundo seus interlocutores, caso a senadora decidisse anunciar ali mesmo sua intenção de concorrer à prefeitura de São Paulo pelo PSB. Representando o governador, esteve o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Arnaldo Jardim (PPS). O PSDB foi representado pelo ex-presidente da sigla em São Paulo José Henrique Reis Lobo.
O partido de Márcio França, com quem Alckmin encabeça o governo, já recebeu o aval tucano para a filiação de Marta, mas o governador não quer "aparecer na foto", pelo menos por enquanto, já que seu partido deverá ter candidatura própria.
Fonte: G1