A filha dela, de 16 anos, que também teria participado da ação, foi apreendida na noite desta quarta em Angra dos Reis, na Costa Verde."Conseguimos identificar inicialmente a adolescente, filha da autora que também participou [do crime], e hoje [nesta quarta] nós conseguimos o principal que era recuperar a criança. Devolvemos à família e agora vamos buscar as autoras que estão evadidas", disse o delegado titular da 35º DP (Campo Grande), Hilton Alonso, antes da apreensão da menor.
No reencontro do bebê com a família, quase 30 horas após o sequestro, o pai da criança, Rafael dos Reis, chegou a desmaiar na delegacia."Foi emoção. O meu filho voltou para os meus braços", disse a mãe, que teve a identidade preservada por ser menor de idade.
Sequestradora teria sofrido aborto
A investigação aponta que Leandra estava grávida, mas teria abortado. Ela, então, fingiu para a família que o bebê sequestrado era seu filho. O marido de Leandra foi ouvido por policiais civis por volta das 21h desta quarta. Ele ajudou o delegado a entender os detalhes do caso. Segundo Alonso, o marido de Leandra chegou a sentir o bebê na barriga. A mulher disse ao marido que sairia do hospital após o parto e chegou em casa com um recém-nascido.Com a repercussão do caso, mãe e filha fugiram deixando o bebê com uma prima, segundo o delegado Hilton Alonso. A criança foi encontrada em uma casa no Largo do Aarão, em Santa Cruz, na Zona Oeste, por um policial do 27º BPM (Santa Cruz). O 2º sargento da unidade estava de folga e foi verificar boatos de que o bebê estaria pela região.
Segundo o delegado, o policial militar relacionou o fato veiculado na mídia com uma sobrinha que estava com uma criança. Ainda de acordo com Alonso, o sargento será ouvido para esclarecer se já sabia ou não alguma informação sobre o sequetro.Policiais responsáveis pelas investigações chegaram à 35ª DP (Campo Grande) com a criança nos braços por volta das 19h50 desta quarta. A mãe do bebê aconselhou outras mães. "Não dê o bebê na mão de ninguém. Desconfie até do próximo", disse.
Pais fizeram apelo
Pela manhã, os pais do bebê fizeram um apelo para a sequestradora devolver o pequeno Kayzo, que ainda nem tinha certidão de nascimento. Segundo a mãe, uma mulher ofereceu R$ 150 para a criança aparecer em um programa de televisão. Mesmo desconfiada, a jovem se encontrou com a mulher, que aproveitou um momento de distração da mãe para fugir com o bebê.
O pai do recém-nascido contou que ficou incrédulo quando soube do sequestro.Eu estava trabalhando quando ela [mãe do bebê] chegou pra mim e disse que o meu filho tinha sido sequestrado. Eu não acreditei, entrei em desespero, relembrou o ajudante de pedreiro.
O sequestro
A jovem andava com o filho por Campo Grande quando recebeu o convite da falsa agente para que o filho participasse de um programa de TV. A princípio, ela recusou, mas deu o número do telefone para a mulher. A mãe do bebê contou que começou a receber ligações insistentes e, mesmo desconfiada, aceitou o convite e foi ao encontro da falsa agente."Ela falou: 'Que bebê lindo'. Aí, falou sobre o negócio do teatro. Falou com a minha mãe, depois a minha mãe me cutucou, aí pediu o número para eu falar com ela, eu falei com ela, aí pediu meu nome e o meu telefone", contou a mãe do bebê. "Eu ia vir em Campo Grande com a minha cunhada. Aí eu falei: 'Como eu vou lá em Campo Grande com a minha cunhada, eu vou me encontrar com você".
Parte do encontro foi gravado por uma câmera de segurança de um estabelecimento comercial. A principal suspeita é uma mulher loira que aparece nas imagens de blusa xadrez (veja na reportagem acima). Ela levou a criança no colo e entrou em um bar. A mãe, de roupa branca, estava perto. Ela contou que deu a criança para a mulher segurar porque não estava se sentindo bem.O vídeo não mostrou o momento em que a mulher fugiu com a criança. A jovem disse que quando percebeu que o filho havia sumido saiu correndo pelo calçadão de Campo Grande pedindo ajuda."Quando a minha filha preencheu uma folha, ela pegou e saiu com o meu neto. Minha filha saiu correndo atrás dela, aí depois começou a gritar, gritar, mas aí ela sumiu com o meu neto", falou a avó do bebê Cátia Maria Augusta.
G1