A colheita de soja da safra 2017/2018 está atrasada. O motivo seria o decorrente atraso nas chuvas registrados em algumas regiões de Mato Grosso. A previsão era de que a partir do dia 15 de setembro de 2017, quando terminou o vazio sanitário, o período de chuvas começasse a ser registrado, porém só começou a chover mesmo em novembro.
Em conversa com coordenador da Comissão de Defesa Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, o pessoal estava pronto para plantar, mas como não vieram as chuvas, ocorreu um atraso no cronograma das lavouras.
“Pontualmente algumas propriedades dentro do Estado começaram colher antes, onde a chuva foi mais localizada e o pessoal conseguiu plantar cedo e começar a colher. Mas em média, houve um estimo de atraso de 20 dias de atraso na colheita”, contou.
Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 1,29% da área estimada em Mato Grosso foi colhida na última semana. No comparativo com a mesma semana do ano passado, aproximadamente 5,33% da área já estava fora do campo.
A região mais avançada é a Oeste, com 3,02% da área total colhida. As regiões com menor avanço são Noroeste 0,24% (Colniza, Aripuanã, Juína) e Norte 0,69% (Alta Floresta, Juruena, Apiacás). As previsões climáticas apontam significativos volumes de chuvas neste período, podendo refletir ainda mais nos trabalhos de campo.
Lucas explicou que normalmente no Estado, um a cada cinco anos, acontece de chover em setembro, para o pessoal plantar no tempo “certo”. Mas o plantio, em Mato Grosso, ganha força mesmo no inicio de outubro, porém esse ano começou em novembro.
“As chuvas de setembro foram registradas em alguns locais, em outros o plantio começou dia 02 de novembro, quando começou a chover. Às vezes isso dentro de um município, como em Nova Mutum, aconteceu que produtor que conseguiu plantar em setembro, e outros no inicio de novembro”.
O coordenador informou ao Circuito Mato Grosso que tem conversado com os produtores, e que essa semana falou com alguns da região Oeste e Norte que foram as que começaram a plantar em setembro. “O pessoal tem notado um decréscimo em relação ao ano passado de 5 a 8% de produção. Ainda estão boas as produções, porém o ano passado foi uma produção excelente. Então a gente não vai conseguir as médias do ano passado, mas prevê uma boa colheita”.
Sobre o impacto desses atrasos, Lucas disse que ainda é cedo para prever o impacto econômico que essa colheita atrasada irá representar, porém é provável que a incidência de ferrugem nessas áreas fique difícil de controlar. “Essas áreas irão sofrer alta pressão da ferrugem e hoje os princípios ativos que tem no mercado para controlar, nenhum tem 100% de eficiência, então um dos impactos é esse”.
Outro impacto, seria o da mosca branca. “A gente tem percebido que tem aumentado bastante à população e que essas últimas áreas (30% a 40%), pode sofrer por conta da mosca branca e ferrugem”, salientou.
Vendas da oleaginosa
Segundo Lucas Costa, as informações é que nos primeiros 10 dias de janeiro de 2018, o Estado já tinha exportado mais soja do que no mesmo período do ano passado, porém o produtor está lidando com um problema: os estoques mundiais estão autos.
“Os estoques este ano estão historicamente altos”, contou ao Circuito Mato Grosso. Apesar disso, não há notícias de produtores que estão perdendo grãos neste inicio de ano.
Milho Safrinha
Após a colheita da soja, os produtores irão se preparar para o plantio do Milho Safrinha, que será afetado também. ““Com esse atraso no plantio da soja tudo atrasa. Eu mesmo como produtor, 30 a 40% da minha área eu vou plantar fora da janela que seria do plantio, então com certeza o produtor corre o risco de faltar chuva lá na frente e podemos dizer que esse ano a safra de milho vai ser uma das mais difíceis de prever devido aos atrasados. Somente se chover muito bem é que vai dar para fazer previsões. Ainda está muito impreciso o tempo”.