As informações da Estadic (Pesquisa de Informações Básicas Estaduais) do IBGE levantam ainda outras questões como o fato de o Estado ter tido a maior quantidade de gestores da saúde que não são da área. E em relação ao orçamento direcionado para a atenção básica, que é retirado do valor total da verba da saúde, o investimento ficou entre 3% e 6%, considerado mediano em relação aos outros Estados, mas baixo para especialistas.
O reflexo do baixo investimento na saúde vem se refletindo tanto na saúde estadual quanto na municipal, que depende dos repasses realizados pelo Estado.
Entre os vários problemas denunciados no Circuito Mato Grosso está a falta de leitos e médicos para atender humanitariamente pacientes. Isto, além das perdas significativas em 2013 com medicamento de alto custo, o que gerou várias polêmicas em torno da administração que está sendo realizadas por Organizações Sociais de Saúde (OSSs).
Estado retarda repasse na saúde, diz Sinpen
A colocação de Mato Grosso em relação ao investimento na saúde veio como comprovação para os sindicatos relacionados à saúde, entre eles o Sindicato dos Enfermeiros (Sinpen). Para o presidente do Sinpen, Dejamir Soares, o Estado deveria ser considerado o pior, principalmente porque, além da baixa verba para a saúde, ela ainda é mal distribuída nos municípios, deixando mais precário o atendimento.
De acordo com Dejamir Soares, a saúde está passando por uma das piores fases nos últimos anos, pois os munícipios, principalmente do interior, não estão recebendo os repasses no tempo previsto, o que deixa os locais sem materiais básicos de atendimento.
“Desde instrumentos para curativos até medicamentos básicos para diabetes e hipertensão estão faltando no interior. Os profissionais da saúde também estão sofrendo com corte no salário por parte das prefeituras e para que sobre mais verba para outros itens, e isso é a prova da calamidade na saúde. Mas toda essa questão poderia ser melhorada se a verba federal que chega fosse repassada pelo Estado em tempo hábil”, diz Soares.
Entre os municípios que estão sofrendo com a falta de medicamentos para hipertensão está Acorizal (distante 59 km da capital) que há cinco meses não vê o remédio nas prateleiras. E na capital, o exemplo citado é o Pronto-Socorro que está com o elevador estragado e a previsão para licitação da troca está prevista apenas para o final de março.
“O sindicalismo do Estado está cansado de lutar pelos direitos dos pacientes. O que precisamos agora é da ajuda do Ministério Público que tapa os olhos para essa triste realidade, na qual o dinheiro que dava para construir um hospital com 2 mil leitos foi direcionado para a construção de um estádio que receberá quatro jogos”, questiona Dejamir.
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