O Ministério Público do Estado (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Alto Taquari (490 km de Cuiabá), expediu uma notificação recomendatória as escolas (municipal, estadual e privada) instaladas no município para que as mesmas promovam um ciclo urgente de palestras e orientação aos alunos, professores e colaboradores a respeito dos malefícios causados pelo bullying. Atendendo a notificação do MP, as escolas lançaram na quarta-feira (30) o projeto “Alto Taquari sem Bullying – Eu curto essa ideia”.
A solenidade, que envolveu os profissionais da educação da cidade, contou com a participação de representantes da Promotoria de Justiça, Executivo e da sociedade em geral. Na oportunidade foi entregue o projeto oficialmente ao Ministério Público e realizada palestra com o psicólogo Rafael Antônio Botelho Conde.
“O envolvimento e a presteza da comunidade escolar, principalmente da diretoria da Escola Carlos Irigaray Filho, Escola Municipal Elzinha Nunes e Escola "Master Centro Educacional", de Alto Taquari, são essenciais ao sucesso do projeto”, destacou o promotor de Justiça Marcelo Linhares Ferreira.
De acordo com ele, além das palestras e grupos de reunião, serão realizadas caminhadas pela paz, panfletagem, concurso de desenho, cujos vencedores de cada escola serão estampados nos cartazes. Além disso, haverá a bandeira pela paz, que consiste na manutenção da bandeira por um período em determinada escola. A proposta é que a direção da unidade de ensino promova a discussão e desenvolva atividades focadas no bullying. Encerrado o período, a escola responsável realizará evento de transferência das bandeiras para a escola seguinte. “O Projeto é algo vivo e em pleno desenvolvimento, ano que vem já restou acordada a inclusão dos alunos da creche (0-5 anos)”, explicou o promotor de Justiça.
Na notificação, o promotor de Justiça recomenda, ainda, que as escolas promovam a capacitação dos inspetores escolares, diretores, professores e monitores acerca da necessidade de identificar alunos nesta situação.
O bullying tornou-se comum nos espaços educacionais, com ações agressivas intencionais, verbais emocionais, físicas, psicológicas, virtuais ou materiais. Discutir as questões ligadas a prática do bullying com toda a comunidade proporciona a reflexão e evita que novos casos ocorram nas unidades escolares.
Pesquisa – A aparência física é um dos principais motivos de bullying nas escolas, um problema considerado de saúde pública. O número de casos de jovens submetidos a situações de humilhação vem crescendo, de acordo com pesquisa do IBGE sobre a saúde do estudante brasileiro, divulgada no primeiro semestre de 2017.
Mesmo que muitos pais não saibam, esse sentimento é comum entre as crianças e adolescentes. Quase a metade dos alunos entrevistados na pesquisa (46,6%) diz que já sofreu algum tipo de bullying e se sentiu humilhado por colegas da escola. A maioria (39,2%) afirmou que se sentiu humilhado às vezes ou raramente e 7,4% disseram que essa humilhação acontece com frequência e entre os principais motivos está a aparência.
Comparando a pesquisa anterior, feita em 2012, o número de casos de alunos que relataram já ter se sentido assim no colégio aumentou. Em 2015, eram 46,6% dos alunos. Em 2012, eram 35,3%.