Cidades

Mortes por cigarro aumentaram para sete milhões por ano

Foto: Ilustração 

O número de mortes provocadas pelo consumo de cigarro aumentou de quatro milhões, no início do século, para mais de sete milhões.  Esse dado da Organização Mundial de Saúde (OMS) foi apresentado para os servidores da Secretária de Estado de Saúde (SES/MT) na tarde desta quarta-feira (31) pela pneumologista Silvana Montanha, por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado hoje.

Durante a apresentação, realizada no salão de entrada da secretaria, foi apresentado que no Brasil, o número de mortes por doenças ligadas ao cigarro chega a quatro por hora.

O estudo da OMS também apontou que 85% dos jovens hoje tem algum contato com o tabagismo a partir dos 16 anos de idade. A doutora Silvana Montanha alertou que a família deve tomar os primeiros cuidados, pois é no contexto familiar onde geralmente ocorre a iniciação de qualquer droga.

“A exposição dentro dos lares, representam ambientes de indução, muitas vezes, para os adolescentes. Depois, se os amigos deles são fumantes, seja de cigarro, ou de narguilé, a chances desse adolescente experimentar e se tornar um usuário são grandes,” alertou Silvana Montanha.

Os resíduos de tabaco contêm mais de 7000 substâncias químicas tóxicas que envenenam o meio ambiente, algumas delas cancerígenas para o ser humano.

De acordo com a OMS, o tabaco poderá provocar no século 21 o total de um bilhão de mortes em todo o planeta. Em 2015, segundo a Organização, o tabagismo foi responsável por 156.216 mortes no Brasil, que representam 12,6% de todos os óbitos de pessoas com mais de 35 anos. Do total de 156.216 óbitos relacionados ao tabaco, 34.999 foram por doenças cardíacas, 31.120 por DPOC, 26.651 por cânceres diversos, 23.762 por câncer de pulmão, 17.972 por tabagismo passivo, 10.900 por pneumonia e 10.812 por AVC.

TRATAMENTO

O Ministério da Saúde possui o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, que é desenvolvido nos Postos de Saúde e, dependendo do caso, ser encaminhada para outra Unidade para dar início ao tratamento.

“De inicio, o paciente passa por uma avaliação clínica para dados de exames físicos, de doenças clinicas associadas e os fatores daquelas pessoas – quando começou a fumar, por exemplo, a partir disso, então, é realizado um plano de tratamento com psicólogos, em geral, a pessoa é acompanhada por um ano pelos profissionais,” explicou a pneumologista.

No Brasil

No Dia Mundial sem Tabaco, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) lançaram o estudo “O Tabagismo no Brasil: morte, doença e política de preços e impostos”. A pesquisa aborda, pela primeira vez, o custo do tabaco para o Brasil. O consumo de cigarros e outros derivados causa um prejuízo de R$ 56,9 bilhões ao país a cada ano. Deste total, R$ 39,4 bilhões são com custos médicos diretos e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade, provocadas por morte prematura ou por incapacitação de trabalhadores.

O estudo verificou que a arrecadação total de impostos pela União e estados, com a venda de cigarros no país em 2015, foi de R$ 12,9 bilhões. Ou seja, o saldo negativo do tabagismo para o país foi de R$ 44 bilhões, quando se subtrai os gastos da saúde em relação aos impostos arrecadados.

No futuro

Uma simulação mostrou o que aconteceria nos próximos dez anos, caso os preços dos cigarros fossem elevados em 50%. Nesse período, o aumento de preços levaria à redução de consumo, evitando 136.482 mortes, 507.451 infartos e outros eventos cardíacos, 100.365 acidentes vasculares cerebrais e 64.383 novos casos de câncer.

Além disso, a redução do consumo traria ganhos econômicos de R$ 97,9 bilhões no período de dez anos: R$ 32,5 bilhões de economia em custos de saúde, R$ 45,4 bilhões de aumento em arrecadação tributária (já considerando a redução nas vendas de cigarros) e R$ 20 bilhões de economia com perdas de produtividade evitadas.

Fonte: Assessoria 

Redação

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