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Morre menina mantida em cárcere privado por 19 anos no RJ

 
Marlúcia Rodrigues de Souza, mãe da vítima, foi presa em casa, na comunidade conhecida como Lixão. De acordo com a delegada titular da Deam, Marlúcia poderá ser indiciada por homicídio, já que há suspeita de omissão, com pena que varia entre 6 a 20 anos de prisão. Outra opção, segundo a delegada, é autuá-la por maus tratos seguido de morte, com pena de reclusão que pode chegar até 12 anos de reclusão.
A polícia soube do crime pelos vizinhos, que sentiram o mau cheiro e invadiram a casa enquanto a mãe estava ausente.
 
"Os vizinhos não sabiam da existência dela. Eles entraram na casa e se depararam com a jovem naquele estado e sozinha, porque a mãe não estava em casa. Eles levaram Daiana para o Hospital Moacir do Carmo. Quando a Marlúcia voltou para casa, as pessoas tentaram lichá-la. Ela teve que ser trazida direto para delegacia de táxi", contou a delegada.
 
Pensão
Em depoimento, Marlúcia disse que recebia uma pensão do governo de R$ 150 para ajudar nas despesas da menina e uma pensão do pai da jovem, de R$ 100. A mulher falou também que trocava os curativos da jovem de dois em dois dias e que chegou a levar Daiana em uma UPA, mas foi liberada pelos médicos. A delegada, no entanto, acha que essa versão da mulher é fantasiosa.
 
"Nenhum médico liberaria essa menina no estado em que ela se encontrava. Eu não acredito que ela tenha ido até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Essa menina não saía de casa nunca. A Marlúcia disse que esse pai mora na comunidade, dava esse dinheiro, mas não via a filha há 5 anos. Ele será chamado para depor e se for comprovado que ele sabia o que se passava naquela casa, ele responderá por isso", disse.
Marlúcia responderá pelo crime presa e a delegada afirmou que pedirá a prisão preventiva. Ela responderá por cárcere privado e maus tratos e pode pegar até oito anos de prisão. A madrinha de Daiana, que cuidava da jovem quando Marlúcia se ausentava, disse que não pediu socorro por medo.
 
"Eu moro em comunidade, fiquei com medo que achassem que eu era informante. A Daiana até três anos era uma menina normal. De repente uma febre a deixou assim. Ela parou de falar e vivia em casa. Eu percebia que a Marlúcia não cuidava dela, porque eu trocava a fralda dela e quando voltava na casa, dois ou três dias depois, ela continuava com a mesma, toda suja de fezes. De um mês pra cá ela piorou muito. Os vizinhos nem sabiam que a Marlúcia tinha filha", disse a auxiliar de serviços Kelly de Oliveira, que segundo a delegada Cristina Bento, pode responder por omissão de socorro.
 
G1

Redação

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