Economia

Mercado prevê mais inflação e melhora do PIB em 2016 e 2017

Os analistas do mercado financeiro elevaram sua estimativa de inflação e também passaram a esperar um comportamento melhor do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e em 2017.

As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (29), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.

A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 7,31% para 7,34% na semana passada. Assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA – considerado a inflação oficial do país – atingiu 0,52% em julho, ganhando força. Considerando os últimos 12 meses, o índice é de 8,74%.

Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação avançou de 5,12% para 5,14%, informou o BC. Deste modo, permanece abaixo do teto de 6% – fixado para 2017 – mas ainda longe do objetivo central de 4,5% para o IPCA no período.

O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017.

Produto Interno Bruto
Os economistas do mercado financeiro melhoraram sua estimativa para o nível de atividade neste ano de uma contração de 3,20% para uma queda um pouco menor, de 3,16%.

Para o comportamento do Produto Interno Bruto em 2017, os economistas das instituições financeiras elevaram sua previsão de uma alta de 1,20% para um crescimento de 1,23%, informou o BC.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Com a previsão de um novo "encolhimento" do PIB neste ano, essa também será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.

Taxa de juros
O mercado financeiro manteve a previsão de que a taxa básica de juros deverá ficar estável em 14,25% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para esta terça e quartas-feiras (30 e 31).

Para o fim de 2016, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic permaneceu estável em 13,75% ao ano. Com isso, estimativa do mercado é de um corte na taxa até o fim de 2016.

Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros subiu de 11% para 11,25%  ao ano – o que pressupõe a continuidade da queda dos juros no ano que vem, mas em menor intensidade.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.

Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 caiu de R$ 3,30 para R$ 3,29. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar permaneceu em R$ 3,45.

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 ficou estável em US$ 50 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit subiu de US$ 48,4 bilhões para US$ 49,8 bilhões.

Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$ 65 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas continuou estável também em US$ 65 bilhões.

Fonte G1

Redação

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