O mercado financeiro estimou que a inflação terá um comportamento melhor neste ano, mas também projetou um crescimento um pouco mais baixo para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.
As expectativas dos analistas do mercado financeiro foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (6) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.
A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 4,70% para 4,64%. Foi a quinta queda seguida do indicador. Apesar de permanecer acima da meta central de inflação, que é de 4,5%, o valor está abaixo do teto de 6% fixado para 2017.
Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação permaneceu estável em 4,50%. O índice está em linha com a meta de inflação do período (4,5%) e também abaixo do teto de 6% para o ano que vem.
Produto Interno Bruto
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro baixou a previsão de um crescimento de 0,5% – expectativa da semana anterior – para uma alta menor: de 0,49%.
O governo estima uma alta de 1%, mas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já confirmou que deverá revisar este número para baixo.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Em 2015, houve uma contração de 3,8%, a maior em 25 anos. O resultado de 2016 ainda não foi divulgado pelo IBGE, mas a previsão do mercado é de um "tombo" próximo de 3,5%. Essa será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de retração no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948.
Para 2018, os economistas das instituições financeiras, porém, subiram de 2,20% para 2,25% sua estimativa de expansão do PIB.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 9,50% ao ano no fechamento de 2017. Atualmente, os juros estão em 13% ao ano.
Para o fechamento de 2018, a estimativa os economistas dos bancos para taxa Selic continuou 9% ao ano. Com isso, estimaram que o processo de corte dos juros terá continuidade no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. A instituição tem de calibrar os juros para atingir índices pré-determinados pelo sistema de metas de inflação brasileiro.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 ficou estável em R$ 3,40. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para o dólar continuou inalterada em R$ 3,50.
A projeção do relatório Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 subiu de US$ 45,1 bilhões para US$ 46,5 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit recuou de US$ 40,7 bilhões para US$ 40,5 bilhões.
A projeção do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2017 permaneceu inalterada, em US$ 70 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas ficou estável em US$ 71,9 bilhões.
Fonte: G1