A inflação oficial no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,57% em abril, influenciada pelo reajuste nos preços dos remédios, segundo dados divulgados na sexta-feira, (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA de abril foi o maior para o mês desde 2016, mas veio 0,18 ponto percentual abaixo do registrado em março (0,75%), quando a inflação teve a maior taxa para o mês desde 2015.
Com isso, a variação do índice acumulada no ano ficou em 2,09%. Nos últimos 12 meses, o IPCA mostra alta de 4,94%, acima do centro da meta estipulada pelo pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,25%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância, que vai de 2,75% a 5,75%.
O grupo Saúde e cuidados pessoais foi o que registrou a maior inflação do mês: 1,51%, segundo o IBGE. Dentro dessa categoria, os aumentos mais relevantes foram para os itens higiene pessoal (2,76%), remédios (2,25%) e plano de saúde (0,80%).
“No resultado do mês, a novidade foi o grupo Saúde e cuidados pessoais, que não tinha aparecido nos últimos meses. Isso reflete o aumento anual dos medicamentos, que ocorre no final de março”, diz o gerente da Pesquisa, Fernando Gonçalves, no material de divulgação da pesquisa.
O IBGE espera que, em maio, a inflação seja influenciada pelo aumento de 3,43% no preço do botijão nas refinarias, em vigor desde o dia 5. Outro possível vilão para o próximo mês é a cobrança da bandeira amarela no consumo da energia elétrica, que acrescenta R$ 1,00 a cada 100 kW/h.
Alimentos e transportes
A segunda maior variação do IPCA de abril foi para o grupo dos Transportes (0,94%). O principal impacto veio da gasolina que ficou, em média, 2,66% mais cara. O IBGE destaca também a alta no preço das passagens aéreas (5,32%) e dos ônibus urbanos (0,74%), que foram reajustados em Goiânia, Salvador, Porto Alegre, Recife e Curitiba.
Também influenciou o grupo, de acordo com o instituto, o reajuste de 27,30% dos trens, em Porto Alegre, e de 6,98% do metrô, no Rio de Janeiro.
Já a inflação dos alimentos e bebidas desacelerou de março (1,37%) para abril (0,63%). A queda foi influenciada, principalmente, pelos preços do feijão-carioca (-9,09%) e das frutas (-0,71).
Alguns produtos continuaram pressionando o índice, como tomate (28,64%), frango inteiro (3,32%) e cebola (8,62%).
Expectativa do mercado
A expectativa do mercado para o IPCA acumulado no ano é de 4,04%, segundo a última pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central na segunda-feira passada.
Essa previsão piorou ligeiramente em relação à pesquisa da semana anterior, trazendo uma alta de 0,03 ponto percentual. Para 2020 a expectativa ainda é de uma inflação de 4%.