Uma médica do Hospital Sírio-Libanês foi demitida após compartilhar dados sigilosos sobre o estado de saúde da Dona Marisa Letícia, ex-primeira dama, em um grupo de WhatsApp, horas depois dela ser internada em São Paulo.
A médica reumatologista Gabriela Munhoz, de 31 anos, enviou mensagens pelo aplicativo de mensagens em um grupo de colegas da faculdade dizendo que Dona Marisa estava internada no hospital após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico e que seria levado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Em nota, a direção do Hospital Sírio-Libanês informou “ter uma política rígida relacionada a privacidade de pacientes” e repudiou a quebra do sigilo por profissionais de saúde.
Segundo o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), de acordo com o Código de Ética Médica, é vedado ao médico “permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade”. Também não é permitido “liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa”, esta última em situação de sindicância ou processo ético-profissional.
"No cenário de doentes 'notáveis', a informação para o público deve ocorrer por meio de boletim médico autorizado pelo paciente ou responsável", diz o Cremesp.
Novos exames
A ex-primeira dama dona Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve passar nesta sexta-feira (3) por novos exames para que os médicos possam constatar se de fato houve morte cerebral.
Dona Marisa não tem fluxo sanguíneo no cérebro, como informou o último boletim médico divulgado às 10h25 desta quinta (2) pelo Hospital Sírio Libanês, onde ela está internada desde que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico há 10 dias.
A ausência de circulação sanguínea no cérebro da primeira dama foi constatada após a realização de um exame doppler craniano. Depois do resultado do doppler, a família de Dona Marisa autorizou o início do procedimento para a doação de órgãos.
O protocolo oficial para a constatação da morte cerebral ainda exige que dois testes sejam realizados. O primeiro deve acontecer às 11h, e o segundo deve acontecer pelo menos seis horas após o primeiro e por outro médico para comprovar a perda definitiva e irreversível das funções cerebrais. Assim, a morte cerebral de dona Marisa Letícia só deverá ser confirmada após as 17h.
A família já autorizou que a ventilação mecânica seja retirada após a confirmação da morte cerebral.
Solidariedade
Na quinta-feira (2), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a visita de políticos prestando condolências no Hospital Sírio-Libanês. O presidente Michel Temer foi ao local acompanhando de José Sarney (PMDB), ex-presidente da República; Henrique Meirelles, ministro da Fazenda; José Serra (PSDB), ministro de Relações Exteriores; Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil; Eunício Oliveira (PMDB), novo presidente do Senado; Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional, e dos senadores Renan Calheiros (PMDB), Eduardo Braga (PMDB), Edison Lobão (PMDB) e Cassio Cunha Lima (PB).
O deputado federal Andrés Sanchez (PT) e o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), chegaram ao hospital logo após a comitiva de Temer. O vereador Eduardo Suplicy (PT) também esteve no local nesta noite.
O deputado federal Andrés Sanchez (PT) e o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), chegaram ao hospital logo após a comitiva de Temer. O vereador Eduardo Suplicy (PT) também esteve no local.
Mais cedo, Lula recebeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no hospital. Fotos do encontro foram postadas nas redes sociais de Lula.
Fonte: G1