Foto Ahmad Jarrah
Mais uma oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a renúncia e a sonegação fiscal em Mato Grosso acabou com o silêncio do depoente. Desta vez o ex-secretário de estado Marcel de Cursi, preso no Centro de Custódia de Cuiabá, desde a deflagração da Operação Sodoma pela polícia Fazendária. A oitiva da CPI foi realizada na tarde desta quinta-feira (15) e na Assembleia Legislativa.
Se valendo do direito constitucional de se manter em silêncio e não produzir provas contra si e por aconselhamento de seu advogado Marcondes Novaque, Cursi disse que não teve tempo nem mesmo condições de ver o conteúdo do processo que pesa contra ele. “Estou isolado, sem acesso aos autos do grave denúncia que paira sobre minha reputação, vou seguir as orientações da minha defesa e permanecer calado e só me manifestar perante a justiça”, disse o ex-secretário de Silval Barbosa (PMDB).
Apesar dos insistentes questionamentos do presidente da CPI, José Carlos do Pátio (SD) e do deputado Wilson Santos (PSDB) o ex-secretário não se manifestou em nenhum momento e manteve-se calado e ausente. “A defesa pediu para os membros desta CPI que fosse adiado esta oitiva, pra que assim possamos analisar o conteúdo das denúncias. Mas o pedido foi indeferido, desta forma mesmo querendo elucidar e colaborar para o bom andamento das investigações preferimos nos valer do direito de permanecer calados”, disse o advogado.
Descumprimento de medida judicial
A pedido do deputado Wilson Santos, o presidente da comissão solicitou aos dois agentes do sistema prisional – que acompanhavam o ex-secretário e estavam armados – para deixarem o auditório da Assembleia Legislativa. Mesmo com o oficial apresentando o documento assinado pela Juíza Selma Arruda da Vara Criminal de Cuiabá.
“Não acredito que este armamento combine com o ambiente da Assembleia Legislativa. Temos muito respeito com os policiais, inclusive já servi o Exercito Brasileiro, mas me responsabilizo por cuidar do ex-secretário enquanto ele estiver aqui”, disse José Do Pátio.
Polêmica sobre nome das empresas
No fim da oitiva todos os deputados presentes Wilson Santos, Emanuel Pinheiro (), José do Pátio e Max Russi () esquentaram o debate. O motivo da discórdia é a divulgação ou não dos nomes das empresas que receberam incentivos na gestão passada. Alguns deste empresários receberam incentivos legais, já outros são suspeitos de desviar verbas por meio de acordos e pagamento de propinas.
“Eu acredito que a sociedade já saiba quais são as empresas sérias e as empresas que usaram da má vontade para desviar recursos públicos. Assim com eu Fui injustiçado no passado e provei minha inocência creio que os empresários sérios não tenham nada a temer”, disse Pátio.
Em contrapartida, e em tom de ironia, o tucano Wilson Santos disse que José do Pátio tem muita sorte, pois “O senhor é igual um gato, tem sete vidas. Nem Jesus Cristo teve tanta sorte, pois foi julgado, condenado e executado na cruz. O senhor já pôde recuperar o prestigio em vida”, disse.
Empresário delator deve devolver R$ 1,7 milhão após acordo
Silval pede questionamentos por escrito e fica em silêncio
Delação premiada de Éder Moraes será solicitada por CPI
José do Pátio vai requerer gravações de delação premiada
Pedro Nadaf admite acordos para concessão de incentivos