Cidades

Manifestações violentas em Brasília não deve afetar economia, segundo especialista

Os estragos provocados por manifestantes durante protestos em Brasília e em outras partes do país neste fim de semana não devem trazer maiores impactos para a economia. Na visão de especialistas, apesar da gravidade dos acontecimentos, a resposta dos três poderes para reprimir a violência foi o primeiro bom indicativo para controlar a situação. O entendimento é que os atos terroristas se trataram de um caso isolado.

Nesta segunda-feira, a B3 (bolsa de valores) estava em patamar de estabilidade até o início da tarde, chegando a oscilar positivamente em torno de 1%. Segundo o economista Vivaldo Lopes, a reação do mercado de capitais mostra que, para os investidores, o episódio de depredação do patrimônio público foi causado por um grupo radical minoritário e que não demandará maior nível de enfrentamento pelo estado.

“A leitura do mercado internacional é que a situação foi contornada dentro do prazo ideal graças às medidas enérgicas e conjuntas do Executivo, Legislativo e Judiciário. Se a invasão durasse mais de 24 horas, certamente as consequências seriam bem piores, pois haveria dúvidas em relação à força política e militar do governo para combater os terroristas”, analisa.

Cenário não deve afetar MT

Mesmo com denúncias apontando para o envolvimento de parte do agronegócio no financiamento dos protestos violentos, Vivaldo Lopes explica que o segmento – setor é a principal potência econômica de Mato Grosso – e a economia do estado não sofrerão prejuízos.

“Assim como há representantes do agro patrocinando esse tipo de movimento, também há empresários de outros setores envolvidos e o trabalho das autoridades está voltado para identificar os responsáveis. Não acredito que essa mancha ficará mais forte no agronegócio”, comenta.

Conforme o economista, a tendência é que o andamento das atividades no campo rendam bons resultados. O especialista ressalta que os preços das commodities no mercado global seguem estabilizados e cotados a níveis elevados.

“Talvez haja uma redução na demanda em função da participação da China, mas nada que comprometa a economia do estado. É necessário que o Governo do Estado estabeleça pontes e priorize a melhoria da relação institucional com o Governo Federal”.

Próximas medidas

Os olhos do mercado e investidores estão voltados para as medidas a serem adotadas pela equipe econômica do Governo. A primeira delas, de acordo com o economista Vivaldo Lopes, passa pela definição do arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos, que ainda será enviado ao Congresso Nacional.

“Isso é fundamental para ter austeridade financeira, garantindo a responsabilidade social. O mercado está ansioso para saber qual será a estrutura de proteção fiscal que o Brasil vai contar para entrar no lugar do teto de gastos”, diz Lopes.

Outro ponto levantado pelo economista é o grau de interferência que a União terá sobre a administração e a governança corporativa das estatais – especialmente nos casos do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras.

Por fim, o especialista também acrescenta que a reforma tributária é uma das principais agendas do atual governo ainda para o primeiro semestre. Para ele, a proposta que deve ser aprovada é a PEC (45/19), que simplifica o sistema tributário nacional pela unificação de tributos sobre o consumo.

Isso porque o texto extingue três impostos federais (IPI, PIS e Cofins), o ICMS (estadual) e o ISS (municipal) – todos incidentes sobre consumo. No lugar deles, serão criados um imposto sobre o valor agregado, chamado de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS).

Redação

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