Diante da apertada vitória de Michel Temer na votação da segunda denúncia contra ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o presidente da República tem que refletir.
A vitória desta quarta-feira (25) foi apertada -251 a 233, com 12 votos a menos que na votação da primeira denúncia- e Maia fez questão de mostrar que, se não fosse por ele, a situação poderia ter sido pior.
"Não usei a presidência da Câmara nem quando o Planalto me desrespeitou", disse Maia, aconselhando o governo a "avaliar resultados", mas evitando dar o roteiro da reaproximação.
"Cada um tem que conduzir a sua relação da forma que entende. Não vou ficar ensinando ao presidente da República, que foi presidente da Câmara três vezes, como ele tem que manter a relação dele com o Parlamento", afirmou Rodrigo Maia.
O presidente da Câmara defendeu uma reorganização da base, mas não quis opinar sobre a necessidade de uma reforma ministerial.
"Temos uma base hoje muito sofrida. Tem que se reorganizar a base. Não adianta ficar falando mal daqueles deputados de partidos da base que votaram contra. Não adianta ficar dizendo 'quem não votou com o governo não pode estar mais próximo do governo' porque isso vai nos inviabilizar em votações importantes das reformas", disse Maia.
AGENDA PRÓPRIA
Minutos após a vitória apertada de Temer, Maia já listou a sua agenda para os próximos meses.
Defendeu uma reforma da Previdência mais enxuta, focada em idade mínima e em novas regras para servidores públicos. Disse querer pautar uma agenda de segurança, focada no tráfico de drogas e armas, em novembro deste ano e em março do ano que vem.
Ele disse também querer priorizar mudanças no sistema de energia e pretender discutir concessões na área de petróleo.