Cidades

Mãe e filhos mortos em condomínio no RJ são sepultados em MG

Parentes e amigos estiveram no enterro de mãe e filhos em Formiga (Foto: Anna Lúcia Silva/G1)

Foram enterrados em Formiga, no Centro-Oeste de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (31), os corpos de três das quatro pessoas de uma mesma família que foram achadas mortas esta semana em um edifício na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Lais Khouri, de 48 anos, foi sepultada na cidade mineira em que nasceu. Junto com ela também foram sepultados os dois únicos filhos dela: Arthur e Henrique.

O velório começou por volta das 7h desta quarta-feira, quando os corpos chegaram do Rio de Janeiro. Primos, tios e sobrinhos e amigos acompanham o velório. Durante o velório a família pediu respeito e privacidade neste momento. Os sepultamentos ocorreram cerca de três horas depois no Cemitério do Santíssimo.

A família mineira foi encontrada morta na manhã da última segunda-feira (29) e a principal suspeita é de que Nabor Coutinho Oliveira Junior, de 43 anos, tenha matado a esposa de 48 anos, os dois filhos e em seguida tirado a própria vida pulando do 18ª andar do prédio.

Comunicado da família
“Uma imensa tragédia, imensurável e indescritível”, diz uma carta divulgada por parentes durante o velório da família de Formiga.

Ainda perplexos com o ocorrido, todos evitaram falar com a imprensa na manhã desta quarta-feira (31), mas uma sobrinha de Lais Khouri leu nota lamentando o fato em nome de todos os parentes. E ao G1,  Juliana Costa Khouri disse que “qualquer explicação foi embora com parte da família, deixando tristeza e saudade”.

Na carta, os parentes comentam sobre Lais sempre ter sido uma pessoa doce e muito amorosa e os filhos do casal sendo crianças inteligentes e alegres. Dizem, ainda, que Nabor era um pai presente e dedicado e que não tiveram conhecimento de nenhum desentendimento familiar, questões financeiras ou profissionais. "Não há revolta. Não há culpados. A família decidiu se reunir e montar uma posição por meio desta carta na tentativa de responder os questionamentos da imprensa", acrescentou a sobrinha.

A família reforçou que deixa as investigações e todas as explicações sobre o caso a cargo da Polícia Civil do Rio de Janeiro. 

Família foi encontrada morta em condomínio
Após terem sido encontradas mortas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, uma carta foi achada no apartamento da família mineira e, nela, há relatos de desespero. Em um dos trechos está escrito: "Sinto um desgosto profundo por ter falhado com tanta força, por deixar todos na mão mas, melhor acabar com tudo logo e evitar o sofrimento de todos”. A carta foi encaminhada à perícia para confirmar se foi escrita por Nabor.

As investigações levam em consideração que Nabor Coutinho demonstrava irritação, pouco se alimentava e também não dormia direito nos últimos dois meses. Os investigadores ouviram amigos e parentes da família que vieram de Minas Gerais, onde o casal nasceu.

Alguns parentes contaram que, tempos atrás, a mãe de Nabor teria cometido suicídio na frente do filho. Além dela, outros dois primos também já teriam se matado.

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Fabio Cardoso, a polícia não descarta nenhuma linha de investigação, mas uma delas é que o caso pode ter sido um homicídio seguido de suicídio. "O que se sabe é que a mulher da vítima estava com cortes no pescoço, morta na cama. Os dois filhos e o homem estavam caídos no vão da piscina. As informações iniciais obtidas no local do crime apontam uma suspeita inicial de que ele teria matado a mulher com golpes de faca, jogado as duas crianças e depois se jogado. Mas não descartamos outras linhas", explicou o delegado.

Nabor e Lais eram de Minas Gerais, mas moravam há mais de 10 anos no Rio. Nessa terça-feira (30), a polícia realizou uma nova perícia no condomínio e disse que os pagamentos do aluguel do apartamento e do condomínio não estavam atrasados.  Os investigadores afirmaram também que, no mês passado, Nabor pediu demissão de uma empresa de telefonia, onde trabalhou por muitos anos e que já estava empregado de novo.

O delegado Fábio Cardoso, titular da Divisão de Homicídios da Capital, falou que as investigações não apontam problemas financeiros. “Problemas profissionais que ele estaria vivendo depois que ele trocou de emprego. Isso realmente choca até os policiais mais experientes, pelo cenário que se viu, no local desse crime”, afirmou o delegado. A polícia está ouvindo moradores, amigos e parentes do casal para tentar esclarecer o que aconteceu.

A companhia onde ele trabalhou informou que Nabor era um profissional respeitado e querido por toda equipe e que havia se desligado voluntariamente para um novo desafio na carreira. Já a empresa pra onde ele foi, disse que Nabor integrava a equipe há apenas seis semanas, como consultor, e que todos gostaram de conhecê-lo e trabalhar com ele.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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