Indiciado por tentativa de homicídio contra quatro haitianos, Alison Rosa de Moura Silva, vulgo “Puquê”, teve a prisão preventiva mantida pela juíza Monica Catarina Perri Siqueira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. O caso aconteceu em março de 2016, em um bar no bairro Jardim Eldorado.
“Para garantia da ordem pública, em razão da periculosidade efetiva do réu, sobressaída da gravidade da conduta que lhe é imputada e da maneira da execução, o que, aliados aos seus péssimos registros criminais, justificam e recomendam que ele seja mantido no cárcere, para acautelar o meio social, evitando-se a reprodução de fatos criminosos. (…)”, declara a juíza em sua decisão publicada no Diário de Justiça, publicado nesta terça-feira (15).
Puquê está preso depois de confessar que tentou contra a vida de Wilex Emilie, Annous Sanit Fleur, Hermogene Dieuper e Chelot Pettit-Homme no “bar dos haitianos”. Ele contou em depoimento, que iniciou uma discussão com Wilex depois que ele se negou a pagar outra cerveja.
Inicialmente, Alison pediu para o haitiano Wilex lhe pagar uma cerveja e ele pagou. Depois de consumir, novamente pediu outra bebida, no entanto, o haitiano se negou, iniciando assim uma discussão. Em depoimento, o jovem disse que enquanto tomava a primeira cerveja, fez uso de maconha.
Alisson contou que depois da discussão com Wilex, saiu do bar e foi até sua casa, retornado com uma arma de fogo, quando efetuou um disparo. Em seguida, um dos haitianos pegou uma cadeira e ele [Alisson] teria corrido, mas fez outros disparos por trás atingindo os quatro imigrantes.
No processo, destaca-se que a conduta de Puque, em exigir pagamento de bebidas alcoólicas para si, pautou-se claramente, “na descriminação às vítimas, por serem originárias do Haiti”.
O réu está preso desde o dia 06 de dezembro e deve permanecer até ser julgado pelo Tribunal do Júri.
“Puquê” botava o terror
Durante coleta de provas contra Puquê, uma mulher, cuja identidade foi preservada por medo de represálias, contou que Puquê era conhecido por tomar dinheiro, celulares, tênis e outros pertences de Haitianos e que exigia que os mesmos pagassem bebidas para ele e amigos.
Em relato, a moça, chegou a dizer que não denunciavam o réu por medo. Outro rapaz, também haitiano, confirmou as acusações contra Puquê. Ele disse a polícia, que já havia sido abordado pelo suspeito e outros indivíduos que exigiram que o mesmo lhe entregasse seu tênis.